EDUCAÇÃO AQUARTELADA: O MILITARISMO COMO PEDAGOGIA DE FERRO A SERVIÇO DAS ESTRATÉGIAS DA DOMINAÇÃO LIBERAL- CONSERVADORA NO BRASIL ATUAL

Abstract

O presente trabalho consiste na análise de como o ensino militarizado tem sido utilizado pelo neoconservadorismo brasileiro, em especial o reacionário, com nuances neofascistas, como estratégia de dominação social para o prolongamento da manutenção do status quo. Aqui observamos, pela perspectiva do materialismo histórico, como o referido grupo, em parceria com o neoliberalismo, utiliza-se do militarismo em todas as suas faces, seja política, armamentista ou educacional, para manter o domínio sobre a classe trabalhadora. Para além dos materiais bibliográficos, serviram como fontes para esta pesquisa documentos como matérias jornalísticas, decretos, regulamentos e editais que criam, regulamentam e regem esse modelo de ensino, tanto o já há algum tempo existente, como é o caso dos colégios militares das forças armadas e das forças de segurança estaduais e do Distrito Federal, quanto o modelo à parte, o recém-criado e também já encerrado PECIM - Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares. Utilizamos também documentos como projetos de lei e decretos que alteraram ou visam alterar a estrutura educacional para que a educação possa ser instrumentalizada a serviço do projeto de poder e dominação dos ultraliberais e dos conservadores, exemplos disso são a reforma do ensino médio, a autorização do ensino domiciliar (homeschooling) e as várias tentativas de imposição do projeto Escola Sem Partido. Aqui constatamos que o projeto de ampliação do modelo de ensino militarizado busca atingir o maior número possível de crianças, jovens e adolescentes com o objetivo de “adestrá-los” para que se tornem adultos adequados ao sistema vigente, disciplinados para seguirem as determinações mantenedoras e fortalecedoras da ordem social em vigor. Não deixamos de considerar que, para tanto, faz-se também necessário o uso de uma ferramenta indispensável, o negacionismo, responsável por minar, além de outras coisas, as práticas e os discursos que contestam o sistema capitalista, principalmente os oriundos do ensino de história, e blindá-lo com narrativas que reforçam as ideologias que o mantêm.