O tempo presente como distopia nas HQs produzidas na pandemia de Covid-19 e seus usos no ensino de história

Abstract

A presente pesquisa trabalhou com os usos de HQs que representam dificuldades e infortúnios que as pessoas passaram durante o confinamento na pandemia de covid- 19, mais especificamente nos anos de 2020 e 2021. Dentre as mais diversas problemáticas existentes nas fontes trabalhadas, optei por destacar o luto, a alteração na percepção do tempo, as dificuldades políticas, econômicas e sociais, os problemas psicológicos decorrentes do confinamento e as fake news. Esta pesquisa pensou o tempo e o tempo histórico e suas abordagens no ensino de história. Para tanto me apoiei em trabalhos desenvolvidos por Reinhardt Koselleck. O recorte temporal abordado foi o tempo presente e para discuti-lo utilizei trabalhos desenvolvidos por Henry Rousso e Hans Ulrich Gumbrecht. Nesta pesquisa analisei a construção da consciência histórica de Rüsen e a literacia histórica de Peter Lee como elementos fundamentais para a orientação temporal das e dos estudantes. Utilizei o conceito do passado prático de Hayden White como uma ferramenta fundamental para o desenvolvimento de uma finalidade útil no ensino de história na Educação Básica. Através dos usos do conceito de distopia de Júlio Bentivoglio pude perceber a pandemia como um tempo distópico. Este foi o principal mote desta pesquisa. Por fim, trouxe as HQs escolhidas como fontes e usei com estudantes do 3º ano do Ensino Médio e 9º ano do Ensino Fundamental. Posteriormente, foi feito um questionário, assim como, foi realizada uma atividade com as e os estudantes para observar sensações e percepções que elas e eles tiveram durante o confinamento pandêmico. A partir das atividades desenvolvidas pude observar se a distopia era perceptível nos trabalhos desenvolvidos. E pude analisar as atividades desenvolvidas pelas turmas como testemunhos que se mostraram como importantes ferramentas na construção da história do tempo presente.