Jogo da memória das formas geométricas

Abstract

O presente jogo foi aplicado como uma das atividades no âmbito da dissertação Ensino da Matemática como ferramenta para inclusão de crianças autistas no contexto escolar, no ano de 2023. Consiste em um jogo da memória online (que pode ser acessado por qualquer dispositivo eletrônico), o qual é disposto em 16 (dezesseis) “cartas” organizadas em duas linhas e oito colunas e que possuem a imagem de uma coruja idêntica em todas. Ao clicar em qualquer uma das “cartas”, seu respectivo verso é revelado. Neste, ou há uma figura geométrica (plana ou espacial) com seu respectivo nome por escrito ou há um objeto/figura do dia a dia que pode ser associado a uma figura geométrica (exemplo: a lata de refrigerante deverá ser relacionada com o cilindro). O objetivo do(a) jogador(a) é formar todos os pares de “cartas” em que cada objeto/figura seja correspondido com sua devida figura geométrica. A aplicação do jogo em destaque foi realizada em 02 (duas) unidades escolares diferentes, contando sempre com, pelo menos, um(a) estudante com TEA (transtorno do espectro autista). Na primeira, foi usada a Sala de Recursos Multifuncionais (SRM) onde é feito o Atendimento Educacional Especializado (AEE), local em que os alunos da Educação Especial frequentam no contraturno para receberem a complementação ou suplementação de atividades em contribuição ao seu processo de ensino aprendizagem. Nesse ambiente, foi usado o notebook da professora de AEE para que o jogo fosse acessado. Foram dois alunos do 6º ano (11-12 anos) os participantes dessa atividade: um deles que possui TEA e o outro com deficiência intelectual. Dessa forma, verificou-se que houve um bom aproveitamento na aplicação do jogo com ambos os estudantes, visto que as figuras geométricas eram associadas a objetos cotidianos, pertencentes ao mundo e à vivência dos alunos, de forma a dar mais sentido/significado a atividade. Além disso, destaca-se que o jogo pode ser empregado para estudantes não alfabetizados ou em processo de alfabetização, desde que fornecido o devido suporte. Na outra unidade escolar, a aplicação ocorreu no turno letivo em uma turma de 4º ano (9-10 anos) com todos os estudantes, incluindo uma aluna autista. Eles foram orientados a estarem portando o celular (ou tablet) no dia da aplicação para acessarem o jogo por meio do link disponibilizado. No entanto, as condições de acesso à internet não contribuíram com o andamento da atividade, bem como o fato de nem todos os alunos estarem com o aparelho eletrônico em mãos. Dessa forma, foi necessário usar o notebook e o projetor multimídia (data show) para projetar a tela contendo o jogo, de modo que todos pudessem ser contemplados durante a aplicação da atividade. Assim, os estudantes que tinham celular realizaram o jogo de forma individual e, ao final da aula, um(a) voluntário(a) fez uso do notebook/projetor de forma a fazer uma rodada do jogo coletivamente, em que todos poderiam se envolver, pelo menos, verbalizando e ajudando o(a) voluntário(a). É importante salientar que tal jogo pode ser aplicado para crianças que não possuem TEA. Além disso, tal jogo pode ser trabalhado fora do ambiente virtual, desde que as “cartas” sejam impressas em material adequado para serem manipuladas. Outro aspecto a se considerar é o fato de que não é apenas a aprendizagem dos nomes das formas geométricas que é possibilitada pelo jogo. A memorização, a manipulação de aparelhos eletrônicos e a ideia de localização das “cartas” no dispositivo também são processos privilegiados pela aplicação do jogo da memória das formas geométricas.