TRAJETÓRIAS REEXISTENTES: Tia Ciata e Dona Ivone Lara no Ensino de História para Ensino Médio.

Abstract

O presente trabalho potencializa a representatividade feminina para os discentes do ensino de História do Ensino Médio, através das trajetórias de duas mulheres que são protagonistas de suas reexistências: Hilária Batista de Almeida, a Tia Ciata, e Yvonne Lara da Costa, a Dona Ivone Lara. Essas duas relevantes mulheres possuem contribuições ímpares para o samba, mas suas representatividades estão para além dele. Neste sentido pretendemos, por meio de suas trajetórias, propiciar às alunas e aos alunos as configurações de emancipações femininas, seja na Primeira República, no contexto de Tia Ciata, seja na segunda metade do século XX de Dona Yvonne Lara. Sendo assim, enfatizaremos que a presença feminina em nossa sociedade foi invisibilizada em prol da sociedade patriarcal e abraçaremos a causa dessa desconstrução social, herança histórica que nos assola, ao observarmos os altos índices de violências e de desigualdades de gênero na atualidade. Essa desconstrução foi pensada a partir do viés decolonial pelos percursos de vida de Ciata e Ivone, mulheres negras; dessa forma provocando o pensar das práticas de emancipações femininas dos nossos dias e as possibilidades do ensino-aprendizagem, com uma abordagem metodológica participativa de pesquisa-ação, baseada em fontes primárias e bibliográficas que enfatizam que todos somos agentes da História. Este trabalho percorre as práticas pedagógicas em torno da pluralidade e da responsabilidade social do docente de História para a construção de novas formas de ensinar, quebrando o paradigma e o privilégio colonial em nosso currículo, tendo os conceitos de colonidade/decolonidade, etnoeducação, gênero e samba como alicerces para o tecer da dissertação.