Práticas pedagógicas inclusivas: um hiato no processo de ensino-aprendizagem no ensino de Sociologia

Abstract

O presente trabalho consiste em uma análise crítica das práticas pedagógicas na perspectiva da inclusão social no ensino de sociologia. Esse problema se constitui em um hiato no processo de ensino-aprendizagem e pretendemos descortinar e analisar os limites e as possibilidades da prática pedagógica inclusiva que emergem na prática docente. Mais especificamente, buscaremos elaborar e executar um projeto de intervenção pedagógica com práticas inclusivas, através de metodologias ativas, na disciplina de sociologia em parceria com o professor regente, oferecendo um processo formativo aos professores da instituição como ferramenta de superação de possíveis barreiras de acessibilidade presentes no processo de ensino-aprendizagem. Isso porque, partimos do pressuposto de que quando o professor não consegue alcançar um desempenho mais satisfatório na execução de práticas pedagógicas mais inclusivas, este insucesso decorre de algumas ações ou omissões equivocadas na condução do processo que não concorrem para uma atuação mais significativa e mais funcional para os estudantes com deficiência. Desse modo, a pesquisa será de natureza qualitativa, do tipo empírico-documental, consistindo no estudo de campo, por meio da observação participativa. A interpretação e análise dos dados coletados recaíram sobre os documentos legais que regem o ensino da Sociologia e a educação inclusiva do Brasil, bem como sobre autores de renome, como: Bourdieu, Goffman, Débora Diniz, Berger, Tardif e Teresa Mantoan, entre outros. O estudo de campo foi realizado em uma escola da rede estadual de Pernambuco, localizada na cidade de Jaboatão dos Guararapes, no segundo semestre do ano letivo de 2022. Os processos formativos e sensibilizadores foram realizados a partir de oito intervenções pedagógicas em uma turma do segundo ano do ensino médio, através dos recortes sociológicos: conceito, tema e teoria, bem como a partir de uma intervenção com os professores da escola. Assim, foi proposto a técnica da aula invertida e a construção de um INCLUcine pelos próprios estudantes sobre inclusão social. Também foi utilizada a pesquisa como princípio pedagógico no ensino médio. O projeto buscou desenvolver conteúdos da disciplina de sociologia trazendo algumas orientações gerais acerca da inclusão, pelo viés dos dois procedimentos fundamentais da sociologia – o estranhamento e a desnaturalização. Os resultados alcançados revelaram superações de alguns limites identificados na prática pedagógica no Ensino de Sociologia na perspectiva da inclusão social. Os entraves que estão diretamente relacionados à escassez de formação continuada sobre a temática e a questões de ordem subjetiva do professor foram, ao menos minimamente, superados. Algumas das ações e omissões docentes estão relacionadas às barreiras de acessibilidade atitudinal, metodológica e instrumental. Daí, espera-se que com a execução do projeto de intervenção seja possível, sobretudo, ressignificar a relação professor-aluno e a atuação docente. Tornando-a mais significativa e mais funcional para os estudantes com deficiência, garantindo-lhes o direito ao acesso, a permanência, a inclusão e a visibilidade no ambiente escolar.