Formação de Equipes Pedagógicas na Escola: Possibilidades e Desafios de uma Espiral Teórico-Metodológica

Abstract

O estudo integral que você vai ler agora foi feito por uma verdadeira sonhadora. Não daquele tipo que vemos em filmes, mas uma sonhadora real.

A Ana Lúcia era pedagoga especialista em Gestão Educacional pela FGV e Mestre pela Unisinos. Ela não queria transformar o mundo, mas as pessoas que vivem nele, através da educação. A Ana Lúcia era apaixonada por essa área, e era bonito ver o quanto ela realmente vivia por aquilo que acreditava, com tanto amor e tanta energia.

Por questão de sorte, Deus, ou coincidência, a Ana Lúcia foi escolhida para ser a minha mãe e compartilhou um pouco desse sonho e garra junto comigo.

Ela fez isso desde os anos em que dividia a rotina como Supervisora Pedagógica em duas Escolas de Educação Infantil, até a gestão das 24 unidades de educação citadas aqui.

Eu estive com ela, observando, vibrando, assistindo e amando, desde o primeiro olhar, até o último suspiro. Era lindo ver o quanto a Ana Lúcia falava do processo educacional dos pequenos. Ela sempre dizia para o meu pai: “essas crianças são incríveis, elas merecem ter protagonismo e autonomia para mostrar isso ao mundo. Nós temos muito o que aprender com elas.”

E enquanto minha mãe aprendia com as crianças, eu aprendia com ela. Alguns anos antes de começar o Mestrado Profissional na Unisinos, a Ana Lúcia representou o Rio Grande do Sul na Dinamarca, em um Torneio Internacional de Robótica, também na área educacional. E eu lembro que ela ligava todas as noites, quase no mesmo horário, para dizer o quanto estava feliz e maravilhada com aquele país. Ela queria levar a metodologia de educação dinamarquesa para o solo brasileiro.

Queria compartilhar os processos inovadores que levam as crianças a serem, realmente, futuros cidadãos do mundo, e não apenas os espectadores dele. Ela tentou fazer tudo isso na empresa em que trabalhou durante 8 anos e tenho certeza que, se continuasse lá, tentaria ainda mais. Minha mãe tinha sede de transformar.

Quanto a estre livro, produto da dissertação que você tem em mãos, eu apenas posso dizer que é um verdadeiro tesouro, pois ela possui uma metodologia criada especialmente a partir dessa pesquisa qualitativa. Ela surge como um dedo no pulso de equipes inteiras, com voz e protagonismo de todas as entrevistadas. É a partir dela que você pode ter uma ideia estruturada de como pensar e trabalhar a formação de equipes pedagógicas.

Aqui, você vai estar de frente a um verdadeiro divisor de águas entre o sistema pedagógico tradicional e o disruptivo, voltado para a experiência dos profissionais em todas as frentes.

Antes do falecimento da minha mãe, lembro que conversávamos sentadas na beirada da cama sobre o quanto ela gostaria de ter lançado um livro sobre o que ela havia enfrentado e tudo o que ela acreditava ser possível para melhorar a educação no nosso país. Ela queria que mais pessoas seguissem os seus passos, que estavam recém começando, e que foram interrompidos aos 54 anos de idade.

Sei que, de onde está, ela segue abençoando e acompanhando aqueles que partilham do mesmo desejo: que é o de inspirar gerações através da inovação e da educação que potencializa e transforma as pessoas, desde as séries iniciais, até os desafios da vida adulta.

Hoje, posso dizer que esse sonho da Ana Lúcia segue vivo.

Que você, que está lendo essas palavras, também vai compartilhar dessa busca. E que a minha doce mãe segue sendo a fênix que dizia ser: se reinventando, revivendo a cada momento e se mantendo eterna, em cada palavra.

Boa jornada!

Da amiga, filha e fã nº1

Daniella Pio de Almeida Fernandes