O ensino das fases da lua para alunos com deficiência visual dos anos iniciais

Abstract

A Deficiência Visual (DV) pode ser compreendida sob vários aspectos diferentes, englobando não só a cegueira como também a baixa visão. A cegueira pode ser definida como uma disfunção grave de uma ou mais funções básicas da visão, resultando em perda ou redução da capacidade visual em ambos os olhos em caráter definitivo, afetando a capacidade de percepção da cor, tamanho, distância, forma, posição ou movimento. Já a definição de baixa visão, demonstra-se bastante complexa pela grande variedade e intensidade de comprometimento das funções visuais (CRÓS, 2006). Assim, a conceituação de pessoa com deficiência visual vai muito além de apenas definições numéricas e patológicas, deve-se levar em consideração a trajetória de vida, suas experiências e vivências de mundo. No processo de ensino, é preciso considerar mais que os conceitos legais sobre a deficiência, é preciso entendermos que o sujeito com deficiência necessita de procedimentos e recursos diferenciados e esse é o caso da pessoa cega ou com baixa visão. É preciso considerá-la como um sujeito capaz, alguém que necessita que lhe seja oferecido recursos, estratégias e metodologias diferenciadas. Diante das reflexões sobre o ensino da criança com DV, entende-se a relevância de o professor atuar com inovação e criatividade. As ações deste profissional, quando bem planejadas e sequenciadas, possibilitam a apreensão do conhecimento por parte dos alunos e a concretização da aprendizagem. O material aqui apresentado trata-se de um produto educacional vinculado à dissertação “O ensino das fases da lua por meio da literatura para alunos com deficiência visual dos anos iniciais: despertando curiosidades”, apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ensino na Temática da Deficiência Visual do Instituto Benjamin Constant, desenvolvida no período de 2021 a 2023. Todas as pessoas podem “perceber o mesmo”, porém, a interpretação dessa percepção é diferente. Constrói-se, portanto, a necessidade de o professor, como o mediador do saber, fazer evoluir as interpretações a partir de cada conhecimento prévio dos alunos, permitindo que este caminho passe pelo respeito à diversidade, à acessibilidade e que permeia todo o processo educativo, incluindo o desenvolvimento de objetos de aprendizagens. Nesse sentido, acreditamos que a aplicação de uma Sequência Didática (SD) nos anos iniciais do Ensino Fundamental para alunos com DV tem potencial para despertar o interesse de participação das aulas e favorece a aprendizagem. Segundo Ugalde e Roweder (2020), as atividades organizadas em sequência didática, quando bem planejadas, trazem propostas ricas para se desenvolver em sala de aula, possibilitando o professor captar o conhecimento prévio do aluno, seu desempenho, além de visualizar o que ainda precisa ser trabalhado para que se concretize a aprendizagem.