A ORIGEM DA VIDA NA TERRA E A QUÍMICA PRÉ-BIÓTICA: UMA PROPOSTA DE ESTUDO DIRIGIDO

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Autor(es): dc.contributorUniversidade Estadual do Norte do Paraná (UENP) Campus Cornélio Procópiopt_BR
Autor(es): dc.contributor.authorMORAES, VERÔNICA RODRIGUES DE-
Autor(es): dc.contributor.authorPEREIRA, RUDOLPH DOS SANTOS GOMES-
Data de aceite: dc.date.accessioned2024-07-18T17:57:13Z-
Data de disponibilização: dc.date.available2024-07-18T17:57:13Z-
Data de envio: dc.date.issued2024-07-18-
identificador: dc.identifier.otherA ORIGEM DA VIDA NA TERRA E A QUÍMICA PRÉ-BIÓTICA: UMA PROPOSTA DE ESTUDO DIRIGIDOpt_BR
Fonte: dc.identifier.urihttp://educapes.capes.gov.br/handle/capes/778209-
Resumo: dc.description.abstractOs processos educativos vem passando por grandes transformações culturais e tecnológicas, aos professores cabe a tarefa de planejar atividades que se conectem com essa nova realidade e permitam um ensino e aprendizagem enriquecedor. Uma das competências para o trabalho docente no século XXI, de acordo com os princípios de Philippe Perrenoud, está ligada a importância do professor organizar e dirigir situações de aprendizagem, considerando os conteúdos apresentados e os objetivos a serem alcançados. Philippe Perrenoud, também aborda a importância do docente, envolver os estudantes em suas aprendizagens, por meio de atividades contextualizadas, que estimulem a curiosidade e interesse. Uma outra competência mencionada, é saber apropriar-se das diferentes tecnologias digitais, em favor da aprendizagem, considerando as diversas formas de aprender dos estudantes. As ferramentas tecnológicas devem ser entendidas como um meio e não como um fim, e necessitam que o professor reflita e avalie a sua utilização. O referido autor, destaca também, a importância da avaliação da prática docente. Para que essa avaliação aconteça é necessário que o professor tenha clareza dos objetivos pedagógicos que pretende alcançar e reflita sobre a sua prática durante o processo de aprendizagem, para reorientar seu trabalho continuamente. O professor precisa refletir sobre seu papel na sociedade, e para tal, é necessário que o docente tenha um entendimento pleno da sua profissão e isso exige uma postura, crítica, reflexiva colaborativa e inovadora, na busca por uma formação integral e transformadora (Sefton; Galini, 2022). A formação continuada deve estar atrelada com a prática docente, possibilitando uma ressignificação do trabalho do professor. Os documentos curriculares discorrem sobre a importância da criação e disponibilização de materiais de orientação para os professores, além de uma formação docente de qualidade e permanente, que possibilite o contínuo aperfeiçoamento dos processos de ensino e aprendizagem. A qualificação profissional, tanto na formação inicial quanto na continuada, possibilita aos docentes trabalhar em prol da formação de cidadãos críticos e reflexivos e também a formação científica dos estudantes (Brasil, 2018; Paraná, 2021). De acordo com a Base Curricular Comum – BNCC, a área de Ciências da Natureza tem um compromisso com o desenvolvimento da capacidade de 8 compreender e interpretar o mundo (natural, social e tecnológico), e também de transformá-lo com base nos aportes teóricos e processuais das Ciências. A Ciência deve ser compreendida como empreendimento humano, e o conhecimento científico como provisório, cultural e histórico. Nessa perspectiva, o ensino de Ciências deve permitir aos estudantes ter acesso à diversidade de conhecimentos científicos produzidos ao longo da História, bem como a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a prática (Brasil, 2018, p. 321). A BNCC descreve sobre a contextualização: A contextualização histórica não se ocupa apenas da menção a nomes de cientistas e a datas da História da Ciência, mas de apresentar os conhecimentos científicos como construções socialmente produzidas, com seus impasses e contradições, influenciando e sendo influenciadas por condições políticas, econômicas, tecnológicas, ambientais e sociais de cada local, época e cultura (Brasil, 2018, p. 550). Neste cenário, comparar distintas explicações científicas, propostas em diferentes épocas e culturas, permite aos estudantes compreenderem a dinâmica da construção do conhecimento científico. Torna-se necessário abordar os conteúdos de forma contextualizada, ou seja, ensinar os conceitos das Ciências ligando-os à vivência dos alunos. No ensino de Ciências existem muitas abordagens que podem ser utilizadas para facilitar a aprendizagem, uma delas se dá a partir da História da Ciência – (HC). Ao utilizar a HC para a explicação de um determinado conceito, o professor permite que os estudantes aprofundem e ampliem suas reflexões a respeito dos contextos de sua produção. Ainda com relação à contextualização histórica, a comparação de distintas explicações científicas propostas em diferentes épocas e culturas e o reconhecimento dos limites explicativos das Ciências, oportuniza aos estudantes compreenderem a dinâmica da construção do conhecimento científico (Brasil, 2018). Para Bizzo e Chassot (2013), a HC constitui um repositório não apenas de conhecimento científico, mas também de maneiras de construir e transmitir representações científicas. A Ciência “[...] não corresponde somente em demonstrar a visão de mundo dos cientistas, mas também diz respeito à forma que eles reúnem e sustentam seus pontos de vista” (Chassot, 2003, p. 33). Outra estratégia é a exploração das potencialidades didáticas das Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação – TDIC. Os estudantes são usuários constantes das tecnologias digitais, essas tecnologias têm transformado as práticas 9 tradicionais da educação, revisando o papel da escola como um ambiente social e promovendo inovações que têm modificado as formas de interpretação dos alunos em relação ao mundo em que vivem. Dentre essas tecnologias, podemos citar os diversos aplicativos para sistemas operacionais, que possuem funcionalidades e facilidades direcionadas aos professores e alunos, como também podem ser utilizadas em aula, com o intuito de promover uma aprendizagem transformadora (Rasco; Récio, 2013). Uma das formas de superar esse desafio é investir na formação inicial e/ou continuada, de qualidade, para os professores, para que saibam utilizar as tecnologias para um ensino de qualidade. Corroborando, Chassot (2003) coloca o docente como professor formador e discorre que esse papel será cada vez mais importante, pois a Educação deve promover a descoberta de novos conhecimentos e, especialmente, procurar meios de saber usá-los, objetivando transformar o mundo em que vivemos, de preferência, para melhor. Um outro olhar que pode aproximar o aprendiz do seu objeto de estudo é via experimentação. A experimentação, quando utilizada de forma planejada, pode favorecer a apropriação de conceitos por parte dos estudantes, além de promover a reflexão advinda das situações nas quais o professor integra o trabalho prático na sua argumentação. Assim, a experimentação deve ser uma forma de problematizar a construção dos conceitos no ensino de Química e no ensino de Biologia. A importância da abordagem experimental está no seu papel investigativo e na sua função pedagógica de auxiliar o aluno na explicitação, problematização, discussão dos conceitos estudados. Para Giordan (1999), a experimentação pode permitir ao sujeito uma nova oportunidade de representação dos fenômenos naturais e seus modelos mentais representativos, assim há uma aproximação entre o empírico e o teórico. Segundo o autor: “A experimentação pode ser um veículo legitimador do conhecimento científico, na medida em que os dados extraídos dos experimentos constituem-se para o entendimento e desenvolvimento da aprendizagem” (Giordan, 1999, p.44). As práticas experimentais podem estimular o interesse e a curiosidade científica dos alunos e possibilitam levantar, analisar e representar resultados, comunicar conclusões e propor intervenções. Dessa forma, cabe à escola promover um ensino, cuja abordagem interdisciplinar e contextualizada, garanta uma educação que possibilite a apropriação de conhecimentos com base nos quais os estudantes possam tomar decisões para além do espaço escolar. Chassot (2003) afirma que uma das responsabilidades do 10 ensino de Ciências é garantir que os estudantes se tornem pessoas críticas, para compreenderem o mundo a sua volta. Tendo em vista as diferentes estratégias de ensino, o presente trabalho teve como objetivo desenvolver um Estudo Dirigido sobre o tema Origem da vida para estudantes do Ensino Superior. O referido tema é um conteúdo que integra o currículo da Educação Básica, dentro da área de Ciências da Natureza. Espera-se que o material sirva de repertório para a formação docente, bem como sirva de estratégia didática na sala de aula. Sobre a Origem da vida, perguntas como ‘de onde viemos?’ e ‘como surgiram os primeiros seres vivos no nosso planeta?’ são interessantes para os estudantes. Segundo Zaia (2004), questões relacionadas ao surgimento da vida, sua evolução em nosso planeta, bem como as condições necessárias para o seu surgimento, atraem o interesse dos acadêmicos e da comunidade científica mundial pertencente às mais diversas áreas do conhecimento. Dentro dos vários ramos da Ciência, que têm contribuído na tentativa de elucidar algumas das questões mencionadas, a Química pré-biótica tem fornecido importantes resultados. Ela estuda as reações químicas ou os processos que poderiam ter contribuído para o surgimento do primeiro ser vivo em nosso planeta, sendo que as condições de estudo dessas reações tentam reproduzir ambientes que um dia existiram em nosso planeta (Zaia, 2004). Apesar de inúmeros cientistas em todo mundo buscarem por respostas e realizarem experimentos para explicar a Origem da vida, o contexto social, principalmente o religioso acaba influenciando a visão dos estudantes. Essa influência social sobre a concepção da Origem da vida, é um dos motivos do tema ser apontado por professores de Ciências como um dos mais difíceis de serem tratados em sala de aula (Cerqueira, 2009). Corroborando, Porto e Falcão (2010), afirmam que as dificuldades referentes ao se trabalhar a Origem da vida, nas salas de aulas, devem-se, em grande parte, a coexistência de diferentes explicações para o fenômeno. Os autores ainda comentam, que apesar das hipóteses e cenários conterem dados com base na Ciência e admitidos como razoáveis, existe o espaço para controvérsias e deturpações. Devido ao seu caráter intrinsecamente aberto à discussão, não dogmático por definição, discussões sobre a Origem da vida, podem dar margem ao surgimento de dados que fortaleçam ou refutem as hipóteses levantadas pelos pesquisadores. Sob este aspecto, justifica-se as dificuldades experimentadas por 11 aqueles que se esforçam para levar a grupos não especializados esses assuntos em processo de discussão científica (Porto; Falcão, 2010). De acordo com Leite (2002), a Ciência pode ser vista “[...] como uma atividade coletiva que progride por meio do consenso estabelecido em um contexto histórico e cultural, e não por meio do trabalho de indivíduos isolados” (Leite, 2002, p.338). Bizzo e Chassot (2013), comentam que o ensino de Ciências não deve se restringir somente a fatos e conceitos, mas também deve tratar do entendimento e da prática dos processos existentes na produção do conhecimento científico, assim, os processos históricos podem servir de modelo para a aprendizagem em si. A partir da HC, pode-se demonstrar a importância do conhecimento e a colaboração entre os cientistas para a realização das pesquisas científicas referentes ao surgimento da vida. Neste contexto, a presente Produção Técnica Educacional, decorrente da Dissertação de Mestrado intitulada ‘A origem da vida na terra do ponto de vista da Química pré-biótica: um Estudo Dirigido na perspectiva da História da Ciência’, tem como objetivo geral propor um Estudo Dirigido sobre o tema Origem da vida, com ênfase na Química pré-biótica. Apresenta como objetivos específicos: abordar a interdisciplinaridade entre a Química e a Biologia; trabalhar a História da Ciência, no que diz respeito a compreensão de diferentes teorias para Origem da vida, em especial sobre a teoria de Oparin e Haldane; utilizar as Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação; realizar práticas experimentais, a fim de enriquecer o processo de ensino. O Estudo Dirigido foi desenvolvido com acadêmicos da graduação em Química do Instituto Federal de Jacarezinho, Paraná, durante cinco encontros, no qual foram realizadas discussões sobre o tema Origem da vida, pautados em estudos científicos. Foram realizadas atividades envolvendo as TDIC, em especial a plataforma Canva, o software ArgusLab e a ferramenta Padlet. Também foi realizada uma prática experimental referente a formação dos coacervados, conceito presente na teoria para a Origem da vida de Oparin e Haldane. A utilização de diferentes estratégias de ensino, desde a História da Ciência, aliada ao uso de recursos tecnológicos e à realização de aulas práticas, é importante no processo de ensino e aprendizagem, pois possui o intuito de estimular o interesse e favorecer a compreensão dos estudantes quanto aos conceitos científicos envolvidos nas teorias para Origem da vida. 12 Dando prosseguimento, na próxima seção será apresentada uma síntese dos conceitos teórico-metodológicos que subsidiaram o Estudo Dirigido. A fundamentação teórica se desdobra em História da Ciência; Recursos educacionais no ensino de Ciências e a metodologia do Estudo Dirigido. Na sequência, é apresentada a Produção Técnica Educacional.pt_BR
Tamanho: dc.format.extent128 MBpt_BR
Tipo de arquivo: dc.format.mimetypepdfpt_BR
Idioma: dc.language.isopt_BRpt_BR
Direitos: dc.rightsAttribution-NonCommercial 3.0 Brazil*
Licença: dc.rights.urihttp://creativecommons.org/licenses/by-nc/3.0/br/*
Palavras-chave: dc.subjectEnsino de Ciênciaspt_BR
Palavras-chave: dc.subjectEstudo Dirigidopt_BR
Palavras-chave: dc.subjectHistória da Ciênciapt_BR
Palavras-chave: dc.subjectTecnologias Digitais da Informação e Comunicaçãopt_BR
Título: dc.titleA ORIGEM DA VIDA NA TERRA E A QUÍMICA PRÉ-BIÓTICA: UMA PROPOSTA DE ESTUDO DIRIGIDOpt_BR
Tipo de arquivo: dc.typetextopt_BR
Curso: dc.subject.courseMestrado Profissional em Ensino (PPGEN)pt_BR
Área de Conhecimento: dc.subject.disciplineTrabalho de Conclusão do Mestradopt_BR
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