SÍNDROME DE WOLFRAM E APRENDIZAGEM: UM ESTUDO DE CASO DE INCLUSÃO DA PESSOA COM SURDOCEGUEIRA NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO BÁSICA

Abstract

A presente dissertação traz como objeto de estudo a educação inclusiva no contexto da educação básica e como objetivo geral: analisar uma intervenção pedagógica para promover a aprendizagem e inclusão de aluno com surdocegueira adquirida no contextoda educação básica. Para tanto, propõe conceituar a surdocegueira em suas especificidades e classificações; discutir os aspectos legais que envolvem a trajetória do atendimento da pessoa com surdocegueira e, como terceiro objetivo específico, descrever como a intervenção pedagógica, com o ensino de Alfabeto Manual com as duas mãos (adaptado), Libras Tátil e Fala Ampliada, pode ser concretizada no contexto da sala de aula para subsidiar a aprendizagem do componente curricular matemática, contribuindo assim, para a inclusão do aluno com surdocegueira adquirida. O produto desta pesquisa é um vídeo disponível no youtube, onde mostra o percurso e as estratégias metodológicas utilizadas. O aluno está matriculado no segundo ano do ensino médio de uma escola pública do estado do Paraná e apresenta a Síndrome de Wolfram, uma síndrome rara que causa a surdocegueira. Trata-se de um estudo de caso, do tipo intervenção pedagógica, de acordo com os pressupostos de Yves Lenoir, e analisa de forma qualitativa buscando responder ao seguinte problema de pesquisa: como realizar a intervenção pedagógica para efetivar a aprendizagem e inclusão de um aluno com surdocegueira adquirida? Os resultados indicam que o meio de comunicação alternativa para o atendimento à pessoa surdocega deve ser individualmente estabelecido entre o guia-intérprete e o estudante, pois cada pessoa responde de uma maneira diferente e a apropriação dos conceitos escolares é determinada por este alinhamento. Além de explorar as possibilidades de comunicação alternativa, o texto discute a importância das escolhas metodológicas utilizadas no percurso da aprendizagem e da inclusão. A pesquisa conclui que a inclusão da pessoa surdocega ainda está em processo de consolidação, como toda a efetivação da política inclusiva, e defende que ela pode ocorrer de fato, desde que observada a necessidade da articulação do professor de Atendimento Educacional Especializado (AEE) com os profissionais do ensino comum e com os demais estudantes. Somente com essa articulação podemos vislumbrar uma inclusão mais natural e responsiva contribuindo de forma efetiva para a aprendizagem e para o desenvolvimento da pessoa com surdocegueira no contexto escolar.