Pobreza e Educação: Dificuldades de aprendizagem em alunos de uma Escola Pública da periferia do Município de Tianguá-Ceará

Abstract

Este trabalho aborda as concepções e as reflexões adquiridas durante o Curso de Especialização em Educação, Pobreza e Desigualdade Social, ministrado pela Universidade Federal do Ceará, que, ao longo de 18 meses, teve como foco o debate sobre a pobreza e as suas facetas, analisando a relação desta com o exercício da cidadania, educação e currículo. Seu objetivo principal é identificar os fatores externos e internos que interferem na aprendizagem de crianças e adolescentes pobres em uma escola da periferia do município de Tianguá-CE através de um plano de ação voltado à realidade local visando melhorar os indicadores educacionais da escola através de acompanhamento pedagógico especializado aos alunos que por consequência apresentem déficit de aprendizagem, principalmente nas disciplinas de português e matemática. Devido a sua importância social, a Educação é peça fundamental para o desenvolvimento econômico e social do indivíduo, entretanto, é fato que no Brasil, as desigualdades educacionais são os principais correlatos das desigualdades de renda, oportunidades e condições de vida. Pobreza e desigualdade caminham de “mãos dadas”, mesmo apresentando natureza distinta entre elas. A pobreza tem como seu determinante a desigualdade, que, na sociedade brasileira se intensifica devido a sua estabilidade nas camadas mais pobres da população e surge de várias formas, como étnica, cultural, regional, sexual, religiosa. Nos últimos anos, houve uma leve redução na condição de pobreza e desigualdade, onde a universalização do ensino contribuiu para tal feito, apesar disso, observou-se o contrário quando se olha para os indicadores educacionais, as crianças brasileiras ainda apresentam um rendimento escolar insatisfatório e que, apesar dos esforços, o ensino público continua na penúria, o que reflete nas altas taxas de pobreza, que ainda persistem no país. Alia-se a isto, o currículo escolar, que não oferece condições de igualdade entre todos os estudantes brasileiros, é considerado ultrapassado e precisa urgentemente de uma mudança que contemple a formação irrestrita de crianças pobres, assegurando-lhes os direitos básicos e necessários para a sua sobrevivência.