A Segurança dos Alimentos nos Cursos Técnicos Integrado ao Ensino Médio do IFRO: Aprendizagem Baseada em Problemas

Abstract

Na construção deste PE refletimos em nossa prática docente, de modo a possibilitar aos estudantes um aprendizado sobre a qualidade e segurança dos alimentos, mostrando a importância da manipulação e dos procedimentos adequados durante seu processamento, tratados como saberes técnicos, mas que estão imbricados neles uma constituição que envolve diferentes dimensões, sendo elas cultural, ética, do mundo do trabalho, numa perspectiva de formação omnilateral, que promova criticidade e emancipação. Neste sentido, este produto educacional, desenvolvido na perspectiva dos estudantes, pretende oportunizar uma formação humana integral, para isso, precisa integrar teoria e prática, oportunizando aos estudantes realizar uma leitura crítica do mundo do trabalho, se apropriando dos conhecimentos científicos e da produção do saber, compreendendo que “ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção” (Freire, 2002, p.13). Saviani (2007) destaca que a formação omnilateral pode romper com a estrutura de formação de força de trabalho para o mercado capitalista, pois considera a capacidade humana, a compreensão do contexto social e do mundo do trabalho, pautada no ensino politécnico, que busca o pleno desenvolvimento do estudante. Segundo Mota et al. (2018) os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia consistem em uma possibilidade para uma educação fundamentada nos princípios da formação omnilateral. Dessa forma, não será uma formação puramente tecnicista, mas de um cidadão reflexivo e que compreende o mundo do trabalho em que está inserido, passando de coadjuvante a ator do fazer e existir. O objetivo central dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia não é a formação tecnicista que visa formar mão de obra para o mercado de trabalho e sim de um cidadão com saberes técnicos, éticos, sociais e políticos, enfim, um indivíduo reflexivo do seu tempo (Pacheco, 2010). Assim, este material foi desenvolvido para os professores da Educação Profissional e Tecnológica, especialmente os que atuam na área de Tecnologia de Alimentos e construído na perspectiva dos estudantes do curso Técnico em Agroecologia Integrado ao Ensino Médio, oferecendo orientações ativas e claras para o ensino de Segurança dos Alimentos. A pesquisa foi desenvolvida no Campus Cacoal com estudantes do 3o ano do Ensino Médio no período de junho a outubro de 2022. A sequência didática apresentada está fundamentada nos princípios preconizados por Zabala (1998), sendo definida como “[...] um conjunto de atividades ordenadas, estruturadas e articuladas para a realização de certos objetivos educacionais, que têm um princípio e um fim conhecidos tanto pelos professores como pelos alunos”. (Zabala, 1998, p. 14). A sequência didática está estruturada em roteiro de aprendizagem ativa, buscando o em roteiros de aprendizagem ativa, buscando o engajamento e autonomia dos estudantes. Nosso objetivo é levar até você, professor (a), um material objetivo, que utiliza problemas reais para facilitar o ensino de Segurança dos Alimentos, favorecendo uma formação omnilateral aos estudantes. Lembrando que este Produto Educacional, organizado como sequência didática, não se apresenta como um material definitivo, que objetivou esgotar a temática. Na realidade, sugerimos que, para além de ser seguido rigorosamente como uma receita, possa e deva ser como um norte, uma direção, para que você o adapte de acordo com as especificidades naturais dos grupos com os quais você trabalha. Nesse caminhar, inspiradas nas concepções de Freire (1987) na construção de seu método de trabalho, nos colocamos a pensar a construção deste conteúdo, de modo a considerar os estudantes como sujeitos que são construídos historicamente e, portanto, inseridos em suas realidades, dotados de cultura, experienciamentos e saberes. Intenta-se, então, com esta sequência didática que, ao discutir o conteúdo e suas possibilidades, nesse grande conjunto de ideias, estimular o protagonismo dos nossos estudantes em seu processo de ensino e aprendizagem, comprometendo-se, como condição indispensável para uma concepção problematizadora, cujo diálogo é centro e “comprometida com a libertação” e tem a “[...] indispensável relação ao ato cognoscente, desvelador da realidade. (Freire, 1987, p. 41)” Assim, desejamos a você, professor, uma imersão nos aspectos conceituais e metodológicos concernentes à temática aqui desenvolvida e um bom trabalho.