Cidadania, pobreza e educação em face das relações de poder instituídas no sistema de ensino brasileiro

Abstract

O acesso e a permanência de alunos no sistema de ensino público têm sido um desafio na sociedade brasileira contemporânea. Assim, promover uma educação de qualidade, que é um direito fundamental e um elemento essencial para o exercício pleno da cidadania., requer a superação de alguns entraves sociais como as relações de poder instituídas no sistema de ensino que contribuem para manter, de certa forma, as desigualdades sociais. Contudo, essas relações de poder na escola são complexas porque dizem respeito a questões relacionadas, direta e indiretamente, com cidadania, pobreza e educação. Nesta perspectiva, a pobreza, às vezes, é um fator que pode limitar o acesso dos discentes aos recursos educacionais, a exemplo de escolas bem equipadas com materiais didáticos e acesso à internet banda larga. Essas desigualdades na oferta dos serviços públicos educacionais, de certo modo, reforçam uma estrutura social em que as oportunidades educacionais na escola pública não são igualitárias. Além disso, as relações de poder no sistema de ensino público podem contribuir para a exclusão de alunos em situações de pobreza, cujos estereótipos sociais negativos associados à pobreza podem influenciar a forma como esses alunos são percebidos pela comunidade escolar, afetando inclusive sua autoestima e/ou motivação em suas trajetórias escolares. Essa exclusão social, nesta perspectiva, terá um impacto na promoção da cidadania dessas pessoas ao limitar ou mesmo impossibilitar o exercício de seus direitos e de suas oportunidades no sentido lato.

Assim, o presente livro está dividido em duas partes: na primeira, compreendendo o primeiro capítulo, Ana Carolina Brito Diniz aborda a temática cidadania, pobreza e educação no Brasil, tendo como eixo norteador da sua reflexão a pobreza e as desigualdades sociais e o significado de ser cidadão no Brasil, a partir de uma perspectiva do acesso à educação gratuita e de qualidade socialmente referendada como instrumento de emancipação humana. Na segunda parte, compreendendo o segundo e o terceiro capítulos, Renner Evaristo de Sales e Melissa de Oliveira Lima analisam as relações de poder desenvolvidas por sociólogos como Pierre Bourdieu, Max Weber e Michel Foucault sobre as normas escolares, especialmente as regras estabelecidas em sala de aula entre o professor e os alunos, e entre os próprios sujeitos que compõem a comunidade escolar. Assim, esta produção fundamentou-se em pesquisa do tipo bibliográfica envolvendo a busca, a seleção, a leitura e a análise de diferentes fontes bibliográficas relacionadas ao temas propostos em nossas reflexões.

ISBN: 978-65-5388-147-1 DOI: doi.org/10.36926/editorainovar-978-65-5388-147-1