CRIANÇAS AUTISTAS E MÍDIAS DIGITAIS: A PRODUÇÃO DE CONTEÚDO NO YOUTUBE

Abstract

A presença massiva das Tecnologias Digitais de Rede (TDR) no mundo globalizado é expressiva. O contexto digital ao qual estamos inseridos possui muita representatividade – e as crianças, em geral, utilizam os recursos tecnológicos praticamente para tudo: socialização, pesquisas, lazer etc. A partir dessa lógica, não há como desvincular as relações entre as escolas e as TDR disponíveis. Durante muitos anos, essas relações eram censuradas; os profissionais da educação careciam de formação ou fluência técnica para compreender o novo. Porém, com a chegada da pandemia da covid-19, esse cenário mudou e, significativamente, as TDR passaram a fazer parte da realidade de todos os agentes envolvidos no processo de ensino e aprendizagem, inclusive as crianças autistas, partícipes desse estudo. O objetivo principal desse trabalho é promover o uso das mídias digitais pelas crianças autistas para a construção de conteúdo digital no YouTube em uma escola de Santa Catarina. Esta pesquisa possui abordagem do tipo qualitativa com pesquisa de campo (entrevista), tendo como suporte a observação sistemática para revisar os vídeos e canais coletados e análise temática para interpretação dos dados. Os estudantes foram entrevistados, por intermédio de um roteiro estruturado, com o intuito de coletar informações a respeito dos vídeos consumidos no YouTube. A partir do diálogo, foram selecionadas as amostras intencionais dos vídeos assistidos pelas crianças, com a finalidade de perceber se há a presença de fake news em seus conteúdos. A técnica da pesquisa participante, inspirada nos princípios de PesquisarCOM, foi utilizada como percurso metodológico para a criação de uma animação em formato de narrativa como proposta de produto educacional, material que poderá ser socializado em sala de aula com as crianças do Ensino Fundamental I. Esse vídeo foi postado posteriormente no YouTube. O intuito dessa narrativa foi disseminar informações a respeito das fake news, despertando as crianças para as nuances implícitas das redes, apoiando-se na Inclusão Digital sob uma perspectiva crítica. Como resultado de pesquisa, evidenciou-se a preferência por conteúdos relacionados à games e canais de entretenimento, assim como o envolvimento das crianças na produção de conteúdo digital para a plataforma YouTube.