As últimas testemunhas de Svetlana Aleksiévitch: a Segunda Grande Guerra e a mobilização de narrativas biográficas no ensino-aprendizagem de História na Educação Básica, no contexto da pandemia de COVID-19

Abstract

Esta dissertação apresenta uma proposta metodológica de Ensino de História refletindo sobre as possibilidades da utilização de narrativas estudantis como forma de potencializar os conhecimentos históricos criando um contexto de possibilidades de autoconscientização de seus papeis como agentes e produtores de experiências históricas. A descrição de eventos vividos por sobreviventes da Segunda Guerra Mundial presentes no livro As últimas testemunhas, da escritora bielorrussa Svetlana Aleksiévitch, são entendidos como mônadas, como reivindicadas por Walter Benjamin. A partir deles esperamos que os estudantes possam compor suas próprias narrativas, tendo como pano de fundo, e como comparação, o recente momento de rotinização da morte vivido durante a pandemia do coronavírus. A proposta é que o sujeito narrador, no momento em que concebe o ato de se autonarrar, se transforma em um sujeito que percebe e contempla o outro e a si mesmo, podendo assim, a partir das tensões entre o individual e o coletivo, construir um cenário em que presente e passado se tornam significantes e permitem apontar para um outro mundo possível. Por meio do enlace entre história e literatura, discutiu-se acerca de questões relacionadas à memória, experiência, narrativas e currículo. Ao fim é apresentada um plano de sequência didática, com base nas discussões feitas ao longo do trabalho, e uma seleção das mônadas coletadas por Aleksiévithch é oferecida como apêndice.