JOAQUIM: A FICTIONAL POETRY AND A POSSIBLE CONSCIOUSNESS (Atena Editora)

Abstract

As obras de Arte, em suas diferentes formas de expressão e linguagens, muitas vezes retratam não somente os dramas de seus protagonistas e da humanidade, mas nos fazem ponderar sobre as condições e possibilidades de produção, bem como refletir sobre a nossa experiência como sujeitos contemporâneos. Assim, este estudo objetiva analisar a obra fílmica “Joaquim” para mostrar as possíveis relações entre a obra fílmica, a sua poética ficcional, a história, o meio social e o presente. No filme de Marcelo Gomes (2017), a figura de Joaquim – Tiradentes, o inconfidente mineiro, apresenta elementos da realidade objetiva, o reflexo do vivido por Joaquim José da Silva Xavier no século XVIII. A proposta com a análise do filme foi pensá-lo como uma poesia ficcional, nas palavras de Goldmann, com base na hipótese de que esse filme, em sua autonomia de discurso crítico, traz um novo “Joaquim”, como a consciência possível. A temática da arte é comum a Lukács e Goldmann, pensadores contemporâneos, base teórico-filosófica dessa análise, pois partem da questão do sujeito da criação cultural. Tais autores discutem classes sociais e sua consciência, e a vida cotidiana é o ponto de partida e de chegada dessa consciência, além da questão de classe. Contudo, para Goldmann, as classes sociais e a consciência de classe são privilegiadas para fazer a análise das manifestações artísticas. A partir da interlocução com os dois pensadores, observou-se que a obra fílmica “Joaquim”, construção poética de Marcelo Gomes, nos leva, com ilimitadas possibilidades, à descoberta de um novo Joaquim na atual república democrática, supostamente pretendida na Inconfidência Mineira.