Ortotanásia: a arte de bem morrer no tempo certo (Atena Editora)

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Autor(es): dc.contributor.authorCabral, Hildeliza Lacerda Tinoco Boechat-
Data de aceite: dc.date.accessioned2023-07-19T15:04:46Z-
Data de disponibilização: dc.date.available2023-07-19T15:04:46Z-
Data de envio: dc.date.issued2023-07-05-
Fonte: dc.identifier.urihttp://educapes.capes.gov.br/handle/capes/734559-
Resumo: dc.description.abstractJá há algum tempo percebo a dificuldade que nos toca de tratar da morte e das questões que lhe cercam. Motivações de ordem religiosa, econômica, social, antropológica... se unem a justificar um olhar recrudescido em relação à morte, como se a vida pudesse se eternizar em si mesma. Como se a morte não fosse o epitáfio de uma vida di gna. Talvez por isso, ao receber o honroso (mas, leve e feliz) convite de Hildeliza Lacerda Tinoco Boechat Cabral para anunciar (como os sinos das catedrais) a sua obra Ortotanásia: a arte de bem morrer no tempo certo, me deparei com uma dificuldade intelectual ululante: como formular uma interessante apresentação de um livro que trata desse indesejado momento, que é a morte? As nossas mentes repulsam de tal modo a morte que transformamos em momentos de vida e de celebração mensagens claramente ligadas ao término da existência humana. Vejase, ilustrativamente, a bela canção Aquarela1 que, malgrado verse, a toda evidência, sobre a morte que a tudo descolorirá, é cantada, talvez pelo impulso colorido da publicidade, como um festejo de vida e tons de alegria... Nessa ambiência desfavorável à abordagem do tema, louvo a obra e o esmero da Professora Hildeliza Boechat, de Itaperuna (RJ). Coragem, técnica e didática são características que saltam aos olhos da leitura deste livro. Coragem porque se mostra propositiva, chamando a atenção para aspectos pouco explorados pela literatura, estabelecendo uma fundamental correlação entre a ortotanásia e o direito à morte digna. Técnica por utilizar de um fecundo diálogo com outros setores do conhecimento, como a Medicina e a Religião, com vistas à completude e coerência. E, por derradeiro, didática em razão de sua estrutura orgânica, partindo de aspectos gerais para chegar ao reconhecimento da admissibilidade do instituto em nosso estágio atual da ciência jurídica, inclusive por conta das diretivas antecipadas, já regulamentadas pelo Conselho Federal de Medicina. Bem por isso, a leitura do livro é impositiva para a mais contemporânea compreensão da temática. Inovadora e cuidadosa nas conclusões, Ortotanásia: a arte de bem morrer já se vocaciona a figurar na literatura jurídica como obra tendente a ser divisora de águas, singrando correntes ainda não navegadas pela clássica doutrina brasileira. Aliás, o contato com o cativante livro da Professora fluminense Hildeliza me trouxe à mente um dos instigantes textos do jovem escritor gaúcho Fabrício Carpinejar, em seu Me ajude a chorar (Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2014, p. 128), ao afirmar, em uma de suas crônicas, que pretende “morrer bonito. Morrer com o rosto descansado e satisfeito. Morrer com um pouco de preguiça. Morrer sobrando. Morrer com a vontade de amar a mulher da noite. Morrer espiando as ofertas dos classificados, completando as palavras cruzadas do jornal. Morrer com as articulações das pernas firmes e os braços levantando o peso das frutas. Morrer sabendo o resultado de meu time e sua posição no campeonato. Morrer com confiança. Morrer respirando largamente. Morrer com a memória das datas prediletas. Não morrer pessimista. Não morrer desesperançado. Não morrer longe de mim. Morrer feliz com o que eu tive e fui capaz de fazer. Morrer acenando com força na janela dos olhos de Deus”.pt_BR
Idioma: dc.language.isopt_BRpt_BR
Palavras-chave: dc.subjectOrtotanásiapt_BR
Título: dc.titleOrtotanásia: a arte de bem morrer no tempo certo (Atena Editora)pt_BR
Tipo de arquivo: dc.typelivro digitalpt_BR
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