DIVERSIDADE SEXUAL E AS EXPRESSÕES DE GÊNERO NA EDUCAÇÃO BÁSICA: UM ESTUDO SOBRE ATUAÇÃO DE ESTUDANTES PARA INSERÇÃO DAS TEMÁTICAS NO COTIDIANO ESCOLAR

Abstract

O debate sobre a Educação Sexual no espaço escolar é uma questão antiga na história da Educação no Brasil. O que antes era debatido apenas com o viés higienista, no presente século exige debater sobre a diversidade sexual e as expressões de gênero. Sendo assim, a disciplina de Sociologia elaborada para o Ensino Médio torna-se pertinente para possibilitar os debates dentro das salas de aula. A pesquisa é produto da atuação como professora de Sociologia e a experiência numa Escola de Ensino Médio localizada num município da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) Pelo método de observação participante foram feito acompanhamento das atividades realizadas pelos estudantes da escola no que tange o surgimento do chamado “Movimento Sendler”, cujo objetivo foi debater sobre gênero e sexualidade na escola, tendo como principais protagonistas os próprios discentes. Quando os estudantes jovens se percebem enquanto sujeitos de direitos e com voz dentro da sociedade eles se movimentam de uma forma a transformar o que está em seu entorno. No que concerne ao cotidiano escolar, esses jovens veem-se diante de discursos e práticas pedagógicas sexistas, LGBTfóbicas e que menosprezam grupos ditos minoritários. Assim, o interesse da pesquisa voltou-se para compreender de que forma os movimentos de estudantes, a partir de atividades pedagógicas, atuam no espaço escolar trazendo temas de seus cotidianos fora e dentro da escola. A pesquisa tem o caráter qualitativo, foram realizadas análises de documentos relacionados à Educação no Brasil; entrevistas semiestruturadas e conversas informais. Apresentamos um breve histórico sobre a Educação Sexual no Brasil e no Ceará, assim como a importância da elaboração dos textos legislativos no que tange os debates sobre diversidade sexual e de gênero e o reflexo nos currículos escolares. Elaboramos uma breve etnografia sobre a escola, contemplando seus movimentos internos, seu plano pedagógico baseado nos direitos humanos e as suas estratégias pedagógicas para lidar com a temática em discussão e o protagonismo dos estudantes.