Verdade ou mito? Gato tem que ser livre para dar voltinhas? (Cultura da “voltinha” e os perigos dessa prática)

Abstract

Verdade ou mito? Gato tem que ser livre para dar voltinhas? Cultura da “voltinha” Essa é uma questão polêmica e sempre provoca divergências de opiniões. Se alguém ainda tem qualquer dúvida sobre isso, vamos tirar agora.

Muita gente ainda faz confusão sobre as preferências e hábitos dos felinos domésticos e pensam que o ambiente ideal para esses animais seja, de fato, ao ar livre ou que pelo menos eles precisam dar voltinhas diárias, como se isso fosse uma necessidade da espécie.

Essa mentalidade existe por duas razões principais... A primeira é confundir com o felino selvagem, que vive lá, livre na natureza... Mas, gente... a partir do momento que o homem domesticou o primeiro gato, isso não é mais possível. A “liberdade” nesses casos, é impraticável, sobretudo nas cidades. Por isso, nós, médicos veterinários e especialistas do assunto, recomendamos que os gatos vivam exclusivamente dentro de casa. E é possível, sim, criar um ambiente favorável para o desenvolvimento deles longe da rua.

A outra raiz do problema está, principalmente, em lembrar e comparar com os cães, cujo hábito de passear é muito natural. Mas é importante que a gente tenha em mente que criar um gato não é a mesma coisa que criar um cachorro, são espécies muito diferentes. Se por um lado os cães, graças à sua natureza mais sociável, gostam de dar uma voltinha e curtir o contato com diferentes pessoas e lugares, os gatos são bem diferentes e se sentem inseguros quando estão longe do seu habitat.

É claro que se você já comete o erro de deixar o seu gato passear sozinho, ele agora já pode ter desenvolvido esse costume. Mas nunca é tarde para mudar! Pode ser que ele insista no início, até com arranhadas na porta e miados suplicantes, quando você o impedir de seguir a rotina com a qual ele se acostumou. Mas não caia na conversa dele! Você não pode ceder! (Sorry, gatinho! Seu esquema está cancelado e proibido!) Tem muito gatinho abandonado por aí, você não pode colaborar mais ainda com esse problema.

Como falamos no último vídeo, gatos além de predadores, são também presas, e carregam em seu comportamento o instinto de sobrevivência e a preocupação com a sua segurança. Para se sentir seguro, e consequentemente feliz e confortável, o gato precisa estar em um ambiente que ele conheça bem. Quer uma prova? Observe como ele fica desconfortável quando precisa dar uma saidinha, por exemplo, para ir ao veterinário. Isso ocorre porque o felino tem muito receio de ficar vulnerável... inclusive, por isso também que eles preferem ficar em locais mais altos dentro de casa, para terem uma visão privilegiada e avistar rapidamente o perigo, caso haja. Mas vamos falar de todos esses hábitos peculiares dos felinos em outras oportunidades, aqui na página.

O fato é que os gatos NÃO precisam ter uma vida livre (ou seja, fora de casa). Passear sozinho NÃO é uma necessidade dos gatos, e esse é, sem dúvida, um dos maiores mitos (É MITO!) referentes ao comportamento felino, por isso precisamos ajudar a difundir essa ideia para o bem dessas criaturinhas tão incríveis.

Antigamente, os bichanos eram criados soltos, apareciam nas casas e ficavam por lá, caso encontrassem comida, um lugar para dormir e pessoas dispostas a aceitá-los como hóspedes temporários. Hoje, não é mais assim. Entendemos que os animais precisam da nossa proteção, pois não têm o discernimento necessário para não se envolverem em situações de risco. São como bebês. E é nosso dever, como responsáveis pela guarda dos animais, garantir a sua segurança, saúde e integridade física e mental. Como? Muito simples!

Primeiro, impedindo o seu acesso à rua. Existem telas, redes de proteção e outros artifícios que podem ser usados para esse fim.

Segundo, independentemente de ser macho ou fêmea, o ideal é que os gatos sejam castrados. E para além da vantagem de inibir a fuga com intenção sexual, a castração tem diversos outros benefícios, como diminuir ou impedir a ocorrência de doenças, a marcação de território e a agressividade. Além de aumentar a expectativa de vida e, o mais importante, diminuir a superpopulação. Outra dica importante é manter o ambiente em que o gato vive interessante para ele, pois gatos são ativos e curiosos por essência. Eles adoram brincar e podem ficar entediados, ou até mesmo doentes, se não puderem exibir seus comportamentos naturais e, assim, ter bem estar. Então vale a pena enriquecer o ambiente com caixas de papelão, prateleiras para escaladas, túneis e brinquedos variados.

Mas se você ainda não está convencido, e se o seu gato gosta muito de dar escapadinhas, ok... ele pode passear! Sim, ele pode! Mas NUNCA desacompanhado. É isso mesmo, minha gente... se você faz questão que o seu gato dê voltinhas, daqui pra frente, você deve acompanhá-lo. Assim como os cães, os gatos podem ser habituados ao passeio com guia. Mas se prepare para fazer da maneira certa, pois algumas características da espécie devem ser consideradas e respeitadas. Em breve farei outro vídeo dando as dicas que você precisa saber para conseguir passear com o seu gatinho. Não esqueça de seguir a nossa página para acompanhar as próximas publicações.

Mas, por enquanto, posso contar com vocês? Vamos dizer não à cultura das voltinhas! Um gato que passeia desacompanhado está sujeito a acidentes, como atropelamentos; brigas com outros gatos e agressões por cães; maus-tratos, como envenenamentos, chutes, pedradas; doenças como FIV, FeLV, PIF, esporotricose; e ainda pode causar desequilíbrio ecológico por caçar por brincadeira, não só para se alimentar; além de contribuir, caso não seja castrado, para o aumento populacional de gatos errantes.

Lembre-se que o seu gatinho não castrado, e com livre acesso à rua, pode gerar vários filhotes, e infelizmente não há lar para todos... então, seja consciente! Há muitos gatinhos a (sobre)viver nas ruas, com frio, fome, sede, medo, dor e expostos aos mais diversos perigos. Faça a sua parte! Se não puder ajudar os animais em situação de rua, pelo menos cuide devidamente do seu e não contribua para procriação desordenada, para a superpopulação e para o consequente abandono.

E aí, vamos manter nossos gatinhos felizes, saudáveis e em segurança dentro de casa? Afinal, nenhum de nós é tão bom, quanto todos nós juntos. Vamos juntos levantar essa bandeira contra as ‘voltinhas’ para mudar essa cultura e assim afetar, sobremaneira, a realidade dos gatinhos desse mundão.

Curta se você gostou e quer que a gente continue a produzir esse tipo de conteúdo. Comente as estratégias que você utiliza para manter o seu gatinho em segurança dentro de casa e, nos mande fotos, pra gente repostar o quanto o gatinho é feliz quando está em um lar que se preocupa com o seu bem-estar. Salve para ver sempre que quiser. E compartilhe com aquele amigo gateiro que já faz tudo certo convidando-o para seguir a gente, mas, principalmente, com aquele amigo que insiste na ideia de que o gato é um animal de vida livre e que precisa passear. Essa mensagem é pra você, amigo do meu amigo: Meu anjo, sente aqui, vamos conversar... sei que você ama o seu gatinho e quer o melhor pra ele... então aprenda que gato é um animal DOMÉSTICO, que não precisa, e nem deve, viver livre ou semi-confinado. Seja responsável e diga com a gente o NÃO à cultura da “voltinha”. Combinado? Um beijo pra vocês e até a próxima.