Circuito quilombola Carrapatos da Tabatinga e Quenta Sol/MG: proposta para um Ensino de História decolonial

Abstract

Esta pesquisa tem o objetivo de apresentar as práticas de resistência e (re)existência das comunidades remanescentes de quilombos de Bom Despacho/MG, através da proposição de um Circuito ‘outro’; como estratégia para a construção de um Ensino de História decolonial. Problematizando a historiografia local que aborda os quilombos através de uma narrativa colonialista e a participação do município na rota turística Circuito Verde - Trilha dos Bandeirantes, pretendeu-se não apenas compreender como tem sido concebida a história dos quilombos, mas também registrar e construir “outras” narrativas sobre esses quilombos e as lutas das comunidades Carrapatos da Tabatinga e Quenta Sol, considerando a perspectiva dos próprios remanescentes de quilombos, como proposta para um Ensino de História local na perspectiva decolonial. O paradigma da decolonialidade articulase com uma problematização sobre o Ensino de História local, relacionada à temática dos quilombos de uma forma não eurocêntrica; através da luta política das comunidades quilombolas frente à(s) colonialidade(s) presente(s) em seus territórios. Com abordagem qualitativa, este trabalho constituise de pesquisa bibliográfica e documental da representação dos quilombos nas narrativas historiográficas de Bom Despacho – MG; e das narrativas de Sebastiana Geralda Ribeiro, matriarca da comunidade quilombola Carrapatos da Tabatinga, presentes em obras acadêmicas. Em seguida a metodologia das rodas de conversa, “técnica de pesquisa inserida na perspectiva metodológica da História Oral” é utilizada na produção de narrativas da comunidade quilombola Quenta Sol. A proposta da pesquisa e o produto desenvolvido pretendem contribuir para o Ensino de História e uma educação para as relações étnico-raciais: possibilitando o desenvolvimento de novas práticas e metodologias, relacionadas à História Local e à História e Cultura Afro-brasileira, presentes nas comunidades quilombolas; reafirmando através da luta de resistência e (re)existência dessas comunidades; sua trajetória e seu lugar de sujeito político e protagonista da História vivida e narrada