QUAL É O MEU PAPEL? UMA INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA COM ENFOQUE CTS/CTSA

Abstract

Essa proposta de material tem como objetivo principal nortear o trabalho em sala partindo do tema gerador produção de celulose e papel. Buscamos, como um dos nossos objetivos, despertar no aluno a curiosidade, o espírito investigador, questionador e transformador da realidade, buscando possibilidades para resolver problemas do cotidiano e também para que possa propor soluções de problemas da comunidade e sociedade e participar delas, caracterizando o material então com um enfoque CTSA (Ciência – Tecnologia – Sociedade – Ambiente). Pretendemos fornecer aos professores e alunos algumas condições para compreenderem o contexto científico, as etapas do processo e a importância para a sociedade sobre o tema produção de celulose e papel. Seguimos aqui a ideia de Paulo Freire em que os currículos devem priorizar o que é significativo para nossos alunos e essa significação deve ser importante também para a escola e para a comunidade. Optamos pelo trabalho com tema gerador, uma proposta fundamentada na dialogicidade. Os temas se chamam geradores porque partem de discussões e criam várias possibilidades de desdobramentos em outros temas, provocando novas ações para serem trabalhadas. O tema gerador é interessante quando surge da realidade da escola, pois é um meio de envolver e despertar a curiosidade e o interesse nos alunos, já que os conceitos científicos serão trabalhados à medida que são necessários para explicar os processos, no nosso caso, os processos de produção do papel artesanal. É possível também relacionar situações reais a conceitos mais abstratos que ajudem na compreensão a realidade. Nosso objetivo é a elaboração de um material didático que possa auxiliar o professor e ser utilizado pelos alunos que se interessarem em trabalhar por projetos ou com uma disciplina optativa1, relacionando principalmente os conceitos químicos envolvidos em cada etapa da produção de papel, mas buscando também um trabalho interdisciplinar. Segundo Morin (2002), contextualizar é inserir as partes no todo com uma visão geral de mundo, sem informações dispersas, para que sejam significantes. A necessidade de conectar conhecimentos, relacionar, contextualizar, faz parte do aprendizado humano. Por isso nossos temas não seguem uma estrutura rígida como uma sequência tradicional dos conteúdos de Química. Os conceitos surgem de acordo com a necessidade de inserção para explicar e ajudar a entender os processos que acontecem durante a produção de papel. Assim acreditamos ser um caminho para a construção de um trabalho interdisciplinar e contextualizado. Defendemos uma educação em que os alunos possam pensar, refletir e discutir o seu papel na sociedade e saber resolver problemas relacionados com a tecnologia, sem desfazer-se dela, dando relevância às condições humanas. Valorizamos também a formação para cidadania que é fundamentada em valores éticos que norteiam o comportamento dos alunos e desenvolve aptidão para discutir decisões necessárias. Esperamos que essa proposta de ensino seja útil e lhe permita desenvolver atividades de ensino que favoreçam a formação cidadã dos alunos.