Perspectivas sobre a Universidade Pública: experiências, diálogos e produção do conhecimento (Atena Editora)

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Autor(es): dc.contributor.authorLima, Caroline de Araújo-
Autor(es): dc.contributor.authorSantos, Joceneide Cunha dos-
Autor(es): dc.contributor.authorSantos, Mariane Nascimento dos-
Autor(es): dc.contributor.authorSantana, Marcos-
Data de aceite: dc.date.accessioned2023-05-18T14:11:16Z-
Data de disponibilização: dc.date.available2023-05-18T14:11:16Z-
Data de envio: dc.date.issued2023-03-30-
Fonte: dc.identifier.urihttp://educapes.capes.gov.br/handle/capes/729820-
Resumo: dc.description.abstractA obra em questão, “Perspectivas sobre a Universidade Pública: experiências, diálogos e produção do conhecimento”, aborda grandes aspectos relacionados à universidade pública, a saber: acesso e permanência; mundo(s) do trabalho; produção do conhecimento e saberes tradicionais e populares. Um desafio posto para nós do interior da academia é vermos e, mais ainda, atuarmos para que haja efetividade destes temas para conviverem de forma integrada. O filósofo brasileiro Leandro Konder escreveu: “o pensamento que provém de Marx e que, mal ou bem, atravessou o século XX não tem nenhuma chance de sobreviver refugiado em universidade ou institutos científicos; e também não tem nenhuma possibilidade de resistir à autodissolução se renunciar ao rigor científico”. O autor chamou a atenção para uma base epistemológica em evidência no espaço acadêmico: o materialismo histórico-dialético. O princípio fundamental deste campo do conhecimento é integrálo como concepção de vida e de mundo. Ou seja, não basta conhecer e lidar com ele no âmbito científico é preciso vivenciá-lo. Portanto, a função social (primeira) do materialismo histórico-dialético é a pesquisa concreta dos mais importantes processos e fenômenos vitais; a segunda, uma ação cientificamente fundamentada sobre o desenvolvimento social; a terceira, a elaboração das bases científicas do planejamento das relações sociais e a quarta, o desenvolvimento integral da personalidade humana.1 O raciocínio de Konder se alia ao que o sociólogo sueco Göran Therborn, na obra “Do marxismo ao pós-marxismo?2, categorizou como “Marxologia e marxismo científico”. Ele elencou as posições teórico-políticas da esquerda atual e definiu essa categoria como aquela sem comprometimento político, adotada por cientistas que utilizam o poder analítico de Marx sem levar em conta seu legado político. Isso nos leva a indagar: estamos produzindo conhecimento para quê e para quem? Ora, é aí que entra as linhas traçadas nesta obra e que nos leva a refletir sobre a função precípua da universidade pública, qual seja: a indissociabilidade ensino-pesquisa-extensão. Há ligeiras controvérsias sobre essa relação, em que a maior incidência de atuação se dá com ações eventistas e inorgânicas e não com uma base orgânica e processual.3 Na primeira relação prevalece uma relação pontual e sem compromisso com a comunidade já na segunda envolve o sentido de permanência da relação acadêmica com possibilidade de intervenção social.4 Assim vemos no livro produções convergentes com este pensamento, como é o caso da pesquisa com egressos da Universidade Estadual da Bahia (UNEB) – campus Eunápolis, que explora o tripé ensino-pesquisa-extensão, além de primar pela relação horizontal. Também observamos na obra uma crítica à defesa do empreendedorismo, quando na verdade este campo mais se insere na órbita da precarização do trabalho do que servir de sinônimo de liberdade e autonomia para a classe trabalhadora. Outra vertente forte no livro é sobre o papel da universidade durante a pandemia da Covid-19. Mesmo com a intensificação de cortes no orçamento destas instituições, elas não deixaram de atuar nas consequências geradas pela crise sanitária mundial, como é o caso do exemplo que há no texto das ações desenvolvidas pelo Departamento de Administração da UNEB na orientação a pequenos comerciantes e para quem quer abrir um negócio. A preocupação com a realidade social nos remete ao impacto da crise de saúde pública mundial nas comunidades tradicionais e povos originários/ indígenas. Estes sofrem duplamente porque em primeiro lugar sofrem violações em seus direitos fundamentais de acesso a bens públicos e coletivos e agora são discriminados (as) mais ainda com a incidência da pandemia da Covid-19. Historicamente essas populações são alvos de racismo, discriminação, preconceito e xenofobia. É neste contexto que encontramos na obra a crítica da difusão do eurocentrismo e do racismo institucionalizado no campo acadêmico, com destaque para a proposta de inserção do conhecimento de base negra e indígena, visando uma educação antirracista. Desta forma, um dos textos aponta para a relação da univesidade com o povo Pataxó do Extremo Sul da Bahia, propondo a abordagem do conhecimento da história e cultura deste grupo indígena, como é o caso da língua Patxôhã. O lugar da universidade e de sua produção do conhecimento é uma tônica forte nas páginas deste livro. A relação desta com a Educação Básica, a partir do texto sobre Estágio Supersionado em espaços de educação formal e não formal, ilustra bem a preocupação com o entrelaçamento de saberes. Nesta vertente de atuação, está o capítulo que se dedica ao ensino de história da África e da história da cultura afro-brasileira e a análise da implementação da lei 10639/03. Ainda nesta dimensão da produção do conhecimento está a relação entre arte e política em um dos textos. Chama a atenção o foco na arte engajada, mas também a censura como influência do campo político. Convidamos você a percorrer as páginas desta obra, que se destaca por enriquecer a linha editorial do conhecimento emancipador. Desejo uma boa e produtiva leitura!pt_BR
Idioma: dc.language.isopt_BRpt_BR
Palavras-chave: dc.subjectEnsino públicopt_BR
Título: dc.titlePerspectivas sobre a Universidade Pública: experiências, diálogos e produção do conhecimento (Atena Editora)pt_BR
Tipo de arquivo: dc.typelivro digitalpt_BR
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