ENSINO DE HISTÓRIA E TEMAS SENSÍVEIS (2020 – 2022): O QUE (NÃO) APRENDEMOS COM A PANDEMIA

Abstract

Na tendência das demandas do tempo presente, investigamos o que professores ensinaram sobre os Temas Sensíveis durante a pandemia da COVID-19, a partir das experiências de ensino dos mestrandos da turma 2020 do Mestrado Profissional em Ensino de História da Universidade Regional do Cariri (URCA). Ao abordar Temas Sensíveis, às propostas de aulas dialogam com as demandas emergenciais da sociedade: a luta contra a desigualdade e a violência, o combate às estratégias autoritárias de valorização de posturas antidemocráticas e a criminalização das culturas (SEFFNER, 2021). Desse modo, problematizamos quais temas foram debatidos, que lugar o ensino de história ocupou nesse período, quais foram as visibilidades intensas e os saberes expostos para sistematizar os objetos constituídos nas aulas de história dos temas sensíveis. Assim, o eixo central desta dissertação é refletir sobre o papel do Professor de História da Educação Básica em uma época de pandemia. A metodologia aplicada foi a aplicação de dois questionários: o primeiro com o objetivo de entender o perfil social dos professores e o segundo para obter os relatos das aulas durante o período pandêmico. Também foram realizadas entrevistas gravadas pessoalmente com três mestrandos/professores de história para a elaboração do produto da dissertação: o podcast “Ensino de História, Temas Sensíveis e o Tempo Presente” que foi disponibilizado através da plataforma Spotify. A pesquisa objetiva contribuir com a formação dos professores de história na abordagem dos temas sensíveis, a partir das falas dos convidados, sistematizando o período vivido na pandemia e abordando os desafios do retorno das aulas presenciais. A principal conclusão do trabalho é que a maioria dos professores pesquisados produzem aulas ou abordam os temas sensíveis durante a pandemia, a partir de diversas metodologias. No geral, foram aulas de história planejadas, abordadas no formato tradicional ou nas disciplinas eletivas, bem como propostas didáticas a partir de debates e/ou conversas (ALBERTI, 2021). Desse modo, compreendemos que a abordagem dos temas sensíveis dentro do espaço escolar, permite a aproximação do conhecimento histórico dos problemas vividos pelos alunos, assim criar uma aula que ofereça aos alunos uma lógica diferente do consumo nas redes sociais (TURIN, 2020). Desse modo, com avanço do conservadorismo no Brasil e das mudanças curriculares, ensinar História das demandas do tempo urgente torna-se uma tarefa hercúlea (TURIN. 2020). Ao abordar os temas sensíveis, os professores de história precisam reforçar o desenvolvimento da escuta, de ouvir todas as opiniões, todas as vozes, até as contrárias a que o professor defenda, para tentar a construção de uma história ensinada de forma inclusiva.