O CONHECIMENTO DOS AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE SOBRE O CALENDÁRIO VACINAL INFANTIL

Abstract

O Agente Comunitário de Saúde (ACS) é o profissional considerado peça fundamental para a Atenção Primária em Saúde, por meio das suas ações de educação em saúde no contexto da imunização e necessita de reconhecimento e valorização de seu papel na equipe de saúde através das ações da Educação Permanente. Este estudo objetiva identificar o conhecimento dos ACS sobre o calendário vacinal infantil de crianças até cinco anos. Trata-se de uma pesquisa descritiva com abordagem quantitativa. A coleta de dados ocorreu em três etapas: 1) preenchimento de um questionário sobre o conhecimento do calendário vacinal e dados socioeconômicos; 2) participação dos ACS em uma capacitação sobre calendário vacinal infantil; 3) e aplicação do mesmo teste da primeira etapa a fim de investigar se houve aumento de conhecimentos no público-alvo. A amostra foi composta por 25 ACS que atuam nas Unidades Básicas de Saúde Icuí e Cidade Nova 6. A pesquisa teve aprovação em Comitê de Ética e Pesquisa e atendeu aos preceitos éticos da Resolução nº 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde. Os resultados apontam que a idade dos ACS varia entre 34 e 43 anos (média de 40 anos); sexo feminino (64%); 76% realiza atividades de verificação do cartão de vacina da criança e dá orientações às mães; 96% afirmou que verificar o cartão de vacina da criança faz parte do seu trabalho; 100% realiza visitas domiciliares periódicas às crianças de sua área de atuação, 88% possuem sob sua responsabilidade, crianças com vacinas atrasadas na sua área. Quanto aos ACS se sentirem seguros para orientar as mães sobre vacinas, observou-se aumento do índice do pré para pós capacitação (26,1%-73,9%), demonstrando os benefícios da capacitação que foi ministrada. Ao serem questionados se receberam treinamento no pré e pós capacitação, o índice subiu de 78,3% para 100%. Quanto ao nível de conhecimento sobre vacinas em crianças até 5 anos, houve aumento no pré e pós capacitação nos conceitos “ótimo” (0%-8,7%), “bom” (21,7%- 43,5%), “regular” (39,1%-43,5%) e diminuição do conceito “insuficiente” (39,1%-4,3%). Houve aumento da taxa média de acertos dos ACS no pré e pós capacitação (61,9%-81,1%) com diferença entre as taxas de acertos nas fases pré e pós de 19,18%. Constatou-se que as chances foram 12 vezes maiores de acertar as respostas na fase pós-capacitação e aumento na porcentagem total de acertos antes e após capacitação (62,4%-82,8%). Evidenciou-se que não há relação de dependência entre as variáveis faixa etária, sexo e tempo de profissão e a taxa média de acertos na pré e pós-capacitação. Porém, houve aumento na taxa média de acertos na pós-capacitação. Evidenciou-se que consideram o seu conhecimento sobre vacinas de maneira regular. Elaborou-se uma Nota Técnica como produto educacional com propostas para a melhoria nas ações de Educação Permanente a nível municipal e local. Conclui-se que há a necessidade de investimento em qualificação profissional dos ACS por meio da educação em saúde continuada, a fim de ampliar os conhecimentos sobre calendário vacinal.