LEITURA MEDIADA DO LIVRO DIDÁTICO COMO ESTRATÉGIA DE ENSINO E APRENDIZAGEM: REFLEXÕES SOBRE A EXPERIÊNCIA NUMA TURMA DO 6º ANO

Abstract

Esta pesquisa é uma análise sobre a prática da leitura mediada do livro didático, uma vez que as condições de trabalho modificaram a forma com que eu trabalhava e me lançaram nesse desafio. Parti da seguinte questão: considerando a aula de história como uma prática de leitura mediada do livro didático, quais desafios um professor do sexto ano precisa superar para fazer dela uma operação de conhecimento socialmente significativa para os alunos? O objetivo é o estudo dos desafios envolvidos na prática de leitura mediada, no caso a minha, em uma turma do sexto ano do ensino fundamental, em seu esforço de constituir sentido para os alunos. Analiso os critérios que utilizei para selecionar os textos do livro didático para a leitura em sala de aula; apurar como lidei com as dificuldades de domínio de vocabulários e conceitos por parte dos alunos; entender como lidei com a necessidade dos alunos em comparar fenômenos situados em diferentes temporalidades e a deles, a fim de evitar o anacronismo; e analisar os impasses e os conflitos com que professor e aluno combinaram a ‘palavra minha’ e a ‘palavra do outro’ no processo de conhecimento. A metodologia foi a pesquisa sobre a própria prática; minhas aulas no ano letivo de 2019 foram analisadas como material de campo. Utilizo os conceitos de leitura, alfabetização, letramento histórico, livro didático e mediação, articulando o pensamento de Vygotsky, a teoria bakhtiniana e a pedagogia histórico-crítica como instrumentais teóricos. Constatei que a prática de leitura do livro didático de história não é suficiente para produzir sentido, sendo necessária uma leitura mediada e que desenvolva de forma equilibrada as dimensões do letramento histórico. Como proposição, viso a replanejar uma das aulas analisadas, considerando o conceito de letramento histórico em textos multimodais e a questão da produção de sentido.