O lixão de Brasília e as sérias violações de direitos humanos (Atena Editora)

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Autor(es): dc.contributor.authorNATALHA, CLAUDINEI SILVA NASCIMENTO-
Data de aceite: dc.date.accessioned2023-01-30T17:15:11Z-
Data de disponibilização: dc.date.available2023-01-30T17:15:11Z-
Data de envio: dc.date.issued2023-01-17-
Fonte: dc.identifier.urihttp://educapes.capes.gov.br/handle/capes/720772-
Resumo: dc.description.abstractO lixão da Estrutural é o segundo maior do planeta e o maior da América Latina em extensão, e funcionou, durante quase quarenta anos, em uma região periférica de Brasília, a aproximadamente 20 quilômetros da região central. Naquele espaço, a comunidade local presenciou direta e indiretamente centenas de cenários dos horrores, desde a morte de crianças que brincavam pegando carona nas traseiras de caminhões carregados de material e eram pisoteadas, vindo a óbito, até restos mortais de adultos e fetos. O gigante latino trouxe dor e sofrimento a muitos moradores da cidade Estrutural. Não posso esquecer aqui, também, o mau cheiro insuportável. Lembro-me de uma época em que, por volta da meia noite em tempos chuvosos, circulava o cheiro de decomposição de lixo orgânico. O ar contaminado prejudicava a respiração dos adultos. Agora pensem: como as crianças daquela época conseguiam respirar? O mau cheiro era imediatamente notado, em sua maioria por quem morava em prédios. Se o odor exalado pelo lixão, resultante da decomposição do material, trouxe prejuízo mental a alguém da comunidade nos dias atuais, não sei. Mas é isso que queremos saber. Não posso me esquecer, também, da quantidade de moscas na hora do almoço. Os insetos que se alimentavam da enorme quantidade de comida que encontravam no lixão eram os mesmos que entravam nas residências e compartilhavam o espaço com os moradores. Durante anos perdurou a situação degradante de quem vivia às margens do gigante latino. Desde as brigas e ameaças de quem trabalhava na coleta seletiva de material reciclável dentro da área do lixão, por algum material, até aqueles que chegavam e depositavam do nosso lado tudo o que Brasília inteira produzia, todos têm alguma coisa para contar. Naquela época governantes em Brasília tentavam a todo custo retirar os moradores do local, por ser uma invasão. O uso da força não foi poupado, mas falaremos sobre isso em outros momentos. Nosso interesse, aqui, é exatamente entender os efeitos dramáticos da queima do lixão para a comunidade local, tentar dar visibilidade ao problema e chamar a atenção das autoridades. Mas calma aí: com toda monstruosidade que trouxe o amontoado de entulhos, muita gente se beneficiou com o trabalho prestado à coleta seletiva? Sim! Muita gente se beneficiou. Mas como ocorreu isso, então? Os catadores, apesar das precariedades, conseguiam um dinheiro selecionando material reciclável. Assim, pagavam aluguel, compravam roupas e levavam comida para dentro de casa. Graças ao trabalho também conseguiam comprar material para que os filhos estudassem durante o ano letivo. Enquanto os pais trabalhavam na coleta, os filhos estavam nas unidades de ensino, que na época eram feitas de madeira, e assim a vida corria seu curso, como um rio. Mas a centralidade de nossa conversa é se, de fato, houve prejuízo mental à comunidade resultante da queima do lixão, e trataremos disso com cuidado durante toda pesquisa.pt_BR
Idioma: dc.language.isoenpt_BR
Palavras-chave: dc.subjectDireitos humanospt_BR
Título: dc.titleO lixão de Brasília e as sérias violações de direitos humanos (Atena Editora)pt_BR
Tipo de arquivo: dc.typelivro digitalpt_BR
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