PROJETO DE EDUCAÇÃO INTERPROFISSIONAL E AS CONTRIBUIÇÕES DA SOCIOCLINICA INSTITUCIONAL NA FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE NAS UNIDADES DE ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE.

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MetadadosDescriçãoIdioma
Autor(es): dc.contributorUNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSEpt_BR
Autor(es): dc.contributor.authorOliveira, Miller Alvarenga-
Autor(es): dc.contributor.authorMourão, Lucia Cardoso-
Autor(es): dc.contributor.authorDe Almeida, Ana Clementina Vieira-
Data de aceite: dc.date.accessioned2022-11-25T16:18:35Z-
Data de disponibilização: dc.date.available2022-11-25T16:18:35Z-
Data de envio: dc.date.issued2022-11-25-
identificador: dc.identifier.otherPROJETO DE EDUCAÇÃO INTERPROFISSIONAL E AS CONTRIBUIÇÕES DA SOCIOCLINICA INSTITUCIONAL NA FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE NAS UNIDADES DE ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDEpt_BR
Fonte: dc.identifier.urihttp://educapes.capes.gov.br/handle/capes/717723-
Resumo: dc.description.abstractA proposta deste projeto como produto técnico educacional elaborado a partir do estudo realizado no Mestrado Profissional de Ensino na Saúde, da Universidade Federal Fluminense, intitulado: “O grupo de aprendizagem interprofissional na atenção primária: contribuições da abordagem socioclínica institucional para a formação na saúde”, de autoria de Miller Alvarenga de Oliveira, afirma-se a potencialidade do grupo de aprendizagem interprofissional, que se utiliza dos pressupostos da educação interprofissional (EIP) para produzir mudanças na formação e nas práticas dos profissionais de saúde. Nas considerações obtidas nos depoimentos dos estudantes durante o encontro socioclínico institucional realizado e nos registros do pesquisador em seu diário de pesquisa destacaram-se que: ● A abordagem da EIP contribuiu para provocar mudanças na formação e na prática instituída dos futuros profissionais; ● A nova maneira de desenvolver o processo de aprendizagem durante a graduação ensinou os futuros profissionais a desenvolver o cuidado de maneira colaborativa, contextualizada, proporcionando atividades integradoras de diferentes áreas de conhecimento e aplicadas na realidade; ● As práticas educativas baseadas na realidade utilizadas os estimularam e os provocaram a ser críticos e reflexivos, a agir com autonomia e a buscar propostas de ação que visem a busca coletiva de soluções para os problemas, valorizando as diferenças individuais, sociais e culturais. Com base nesses resultados, pode-se dizer que as novas metodologias de aprendizagem, o trabalho colaborativo em saúde, a interdisciplinaridade, a interprofissionalidade e a participação dos usuários são elementos chave para o desenvolvimento da EIP que tem como desafio formar profissionais que tenham conhecimentos que possam ser mobilizados na sua inserção nos serviços em um aprendizado compartilhado entre profissionais de saúde, gestores, usuários, famílias e comunidade (PEDUZZI, 2017). Por parte dos usuários, os depoimentos do estudo revelaram que: a metodologia desenvolvida no grupo enfatizou a importância de garantirem o seu espaço de fala, com abertura para falar de si, sem julgamentos de valor, e de serem ouvidos como pessoas em seus diferentes problemas de saúde e a oportunidade de vivenciarem com os profissionais de saúde, docentes e alunos um relacionamento sem hierarquia permeado pelo respeito, carinho e acolhimento. Apoiados em Brasil (2018, p. 33) e em Menezes, Avelino (2016) enfatizamos que o funcionamento do grupo de aprendizagem interprofissional, durante a realização do estudo, contribuiu para atender as necessidades da população ampliando a interação afetiva entre os membros do grupo. Além disso, destacamos com base nos depoimentos que a participação dos usuários no grupo trouxe benefícios na sua vinculação com os profissionais de saúde, bem como uma maior participação destes na construção de seu projeto terapêutico singular sendo “afirmativamente indicado pela maioria dos coordenadores e usuários do SUS”. Ainda com relação ao grupo de aprendizagem interprofissional e a EIP, docentes, preceptores e profissionais de saúde destacaram a necessidade de: reorganizar os currículos das Instituições de Ensino Superior (IES), parceiras dos serviços de saúde, para o desenvolvimento de práticas colaborativas e interdisciplinares desde o início da graduação; criar espaços de debates nas IES sobre as metodologias utilizadas no processo ensino aprendizado proposta pela educação interprofissional; favorecer o aumento da parceria entre docentes e profissionais da saúde, entre as organizações de saúde e educação; ampliar a comunicação e a participação com os níveis gerenciais para que também conheçam e avaliem longitudinalmente os impactos na formação e no cuidado trazidos pelas novas metodologias de formação como a EIP; e dar continuidade ao grupo de aprendizagem interprofissional implementado naquele cenário para que um maior número de acadêmicos, docentes e profissionais considerem em sua prática as proposições educativas instituintes que promovem o repensar da formação em saúde e da educação interprofissional constituindo-se no produto deste estudo. O que destacaram os profissionais que participaram do estudo à respeito de sua vivência no grupo de aprendizagem interprofissional vem corroborar com o que encontramos no documento do Ministério da Saúde: “As contribuições do PET-Saúde/Interprofissionalidade para a reorientação da formação e do trabalho em saúde no Brasil” (2021, p.47), em que afirmam que algumas das suas ações foram fortalecidas como, por exemplo, a “importância de aprender juntos para trabalhar juntos e a valorização do processo de integração entre os cursos da área da saúde e entre esses com os serviços de saúde”. De maneira a deixar claro os marcos que embasam esse projeto, é importante trazer o conceito da Educação Interprofissional entendida como uma intervenção na qual os membros de mais de uma profissão de saúde aprendem juntos, interativamente, com o propósito explícito de melhorar a colaboração interprofissional ou a saúde/bem-estar de pacientes/usuários, ou ambos (BRASIL, 2018, 2021). O emergente discurso sobre a EIP no Brasil “foi precedido por movimentos iniciados com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) e, posteriormente, pelas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN)” (BRASIL, 2018, 2021). Elas tinham como proposta orientar mudanças curriculares que considerassem um perfil do egresso capaz de desenvolver suas atribuições profissionais, conformado pela aquisição de competências e habilidades através de conteúdos que proporcionassem uma aprendizagem criativa, com autonomia, favorecedora de comunicação entre os diferentes profissionais da área da saúde e, sobretudo, a valorização dos usuários em seus contextos “existenciais e culturais, incluindo seus saberes” (VENDRUSCOLO et al, 2020, p.276). Os precursores das propostas da EIP foram: o Programa Nacional de Incentivo às Mudanças Curriculares para as Escolas Médicas (PROMED) em 2002, seguido do Programa Nacional de Reorientação da Formação de Profissionais em Saúde (Pró-Saúde) em 2005 e o Programa de Educação pelo trabalho para a Saúde (PET-Saúde) em 2008. Destaca-se que o PET-Saúde tinha como objetivo fomentar a aproximação e cooperação entre cursos das Instituições de Ensino Superior (IES); adequação dos cursos às DCN; ampliação de práticas desde o início da graduação que favorecessem a integração ensino serviço comunidade; enfatizando a importância da interprofissionalidade e o desenvolvimento de ações de ensino e de práticas interdisciplinares em saúde com vistas a desenvolver ações mais colaborativas (BRASIL, 2018; BRASIL,2021; VENDRUSCOLO et al, 2020). Em 2018 o Programa de Educação pelo Trabalho (PET-Saúde/Interprofissionalidade) foi implantado em diferentes cenários da Atenção Primária à Saúde, estimulando a parceria entre diversas categorias profissionais para aquisição de conhecimentos, desenvolvendo competências e habilidades que os tornassem aptos a produzir o cuidado integral em saúde. Deste modo buscou uma forma de agir no encontro entre profissionais, produzindo cuidado e atitudes colaborativas, emergindo um novo saber e um novo pensar sobre o ensino e a aprendizagem (CÂMARA; GROSSEMAN; PINHO, 2015). O desenvolvimento do PET-Saúde/Interprofissionalidade nos municípios brasileiros revelaram que o programa foi capaz de favorecer a interação dos alunos com os serviços de saúde, favorecendo a integração ensino-serviço-comunidade, as dinâmicas de trabalho ancoradas em equipe, o conhecimento do papel do outro na produção do cuidado integral, a resolução de problemas em um trabalho colaborativo para um cuidado centrado no usuário, família e comunidade, contribuindo para a reorientação da formação em saúde no Brasil (BRASIL, 2021; COSTA et al, 2015). Porém, apesar dos avanços relatados no desenvolvimentos dos diferentes programas para induzir mudanças na formação e nas práticas dos profissionais de saúde, o que se observa na literatura e na prática do pesquisador e preceptor no PET-Saúde/Interprofissionalidade em um município do Rio de Janeiro, autor do estudo, é que a formação ainda é desenvolvida nos moldes de uma disciplinarização dos conteúdos elencados nas grades curriculares, o que gera uma prática fragmentada do cuidado, com um esquartejamento do sujeito, fato corroborado por autores como Pedro Demo e Bárbara Starfield. De acordo com estes autores, a fragmentação no cuidado é nítida quando um profissional realiza a medicação, outro orienta e faz os curativos, outro fala de alimentação, outro fala dos sofrimentos mentais, mas nenhum deles se comunica com o colega de equipe e com os usuários dos serviços (DEMO, 1997; STARFIELD, 2002). Pode-se dizer que a implantação e implementação deste novo modelo de formação em saúde, aqui proposto, é feita com muitos desafios. Não é simples para os docentes abrir diálogos com outros campos de conhecimento e aceitar trilhar novos caminhos epistemológicos e metodológicos. Igualmente, não é fácil realizar um trabalho compartilhado entre diferentes docentes, profissionais de saúde e comunidade em um processo colaborativo de maneira a alcançar a integralidade do cuidado, qualificando e tornando mais resolutivas as ações na Atenção Primária à Saúde (BATISTA, 2017). Nesse sentido, entendemos a importância da continuidade dos debates já iniciados no grupo de aprendizagem interprofissional no cenário do estudo sobre os aspectos instituídos que permeiam as práticas dos profissionais de saúde, de acadêmicos e docentes nas Universidades. Entendemos que será a partir de amplos debates na academia e nos serviços sobre as amarras que ainda persistem na formação dos profissionais de saúde que se poderá abrir espaço para introduzir novas práticas de ensino e de cuidado que se configurem como movimentos instituintes como é o caso do PET-Saúde, em suas múltiplas edições.pt_BR
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Tipo de arquivo: dc.format.mimetypeWORDpt_BR
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Palavras-chave: dc.subjectEDUCAÇÃO INTERPROFISSIONAL E AS CONTRIBUIÇÕES DA SOCIOCLINICA INSTITUCIONAL NA FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE NAS UNIDADES DE ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDEpt_BR
Título: dc.titlePROJETO DE EDUCAÇÃO INTERPROFISSIONAL E AS CONTRIBUIÇÕES DA SOCIOCLINICA INSTITUCIONAL NA FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE NAS UNIDADES DE ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE.pt_BR
Tipo de arquivo: dc.typetextopt_BR
Curso: dc.subject.courseMPES MESTRADO PROFISSIONAL DE ENSINO NA SAÚDEpt_BR
Área de Conhecimento: dc.subject.disciplinePRODUTOpt_BR
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