ANOS REBELDES: UMA PROPOSTA DE USO DE MINISSÉRIE COMO RECURSO DIDÁTICO PARA O ENSINO DE HISTÓRIA

Abstract

Este trabalho teve como cerne a confecção de sequências didáticas, visando demonstrar a potencialidade da minissérie Anos Rebeldes como ferramenta didática para o ensino de História. Optou-se por esse recurso audiovisual para trabalhar em sala de aula com o recorte do protagonismo das mulheres nas organizações clandestinas de luta armada contra a Ditadura Militar no Brasil (1964 – 1985). Recorreu-se às incursões teórico-metodológicas de autores que refletiram sobre o ensino de História no Brasil, os métodos educacionais e o uso de produções audiovisuais no ensino de História. Sendo que tais temáticas fundamentaram e perpassam as discussões propostas na sequência didática produzida, a saber: a História das mulheres que participaram na luta armada, a ausência desta nos livros didáticos escolares, bem como as motivações para ensinar sobre a participação delas na História. Já para a elaboração da sequência didática, pautou-se à luz dos pressupostos expostos por Isabel Barca e seu modelo de aula Oficina (2004) e nas considerações de Antoni Zabala (1998), no tocante às questões referentes às premissas para elaboração de uma sequência didática. Para tanto, o método utilizado para o desenvolvimento dessa pesquisa se deu através de revisão bibliográfica, bem como a realização da decupagem e cotejamento das cenas da minissérie em questão para a elaboração das propostas de aulas. Constatou-se, ao longo da pesquisa, que a ausência da história das mulheres na luta armada nos livros didáticos está intrinsecamente relacionada com os interesses das classes dominantes, perpetuados e legitimados não somente pelos currículos, mas também pelos manuais didáticos, que ainda constituem um dos principais recursos didáticos utilizados em sala de aula pelos professores em todo o país. Logo, o silenciamento de tais temáticas permanece, então o que se objetivou com o produto final desta dissertação foi demonstrar uma forma de romper com a lógica dominante imposta. Com isso, compreendo que ao promover problematizações e visibilizar histórias caladas, na educação básica, lançando mão da produção da teledramaturgia brasileira, amplia-se o repertório de recursos alternativos que podem ser mobilizados.