LEPROSÁRIOS NO CEARÁ: PATRIMÔNIO DIFÍCIL E ENSINO DE HISTÓRIA

Abstract

O presente trabalho aborda como os leprosários no Ceará foram edificados, e a possibilidade de utilização como recurso didático para o ensino de história local. As Colônias Antônio Diogo (1928) e Antônio Justa (1941), seguiam a política nacional de combate à Lepra, que tinha como principal ação contra à doença era isolar os infectados. A partir de 1930 ocorreram mudanças na política sanitária, que intensificou a ideia de isolamento e os investimentos no combate à Hanseníase, resultou na construção de mais leprosários. Foi através dos conhecimentos das sociedades da antiguidade, que o isolamento se tornou a principal forma de combater a doença. Os conhecimentos médicos e a religiosidade na Idade Média não tinham capacidade para curar a hanseníase. A ideia de impureza levou à estigmatização destas pessoas. Mesmo após a possibilidade de cura, os doentes carregam as marcas deixadas pelo estigma do preconceito que ressoa no presente. Abordando o conceito de História Difícil (SCHMIDT, 2015), recente e ainda está em construção, analiso como os temas históricos carregados de sentimentos são necessários na formação dos jovens para que eles não se tornem pessoas sem ação, acreditando que suas atitudes não influenciaram nas mudanças sociais. A história comparada (Barros, 2014) me trouxe as bases para analisar os dois leprosários, em uma perspectiva mais profunda considerando os aspectos de cada período tomando cuidado com os anacronismos. As propostas de trabalhar oficinas com a temática da higiene e saúde me parece a melhor estratégia como produto didático a respeito da temática dos leprosários. A partir da hanseníase trabalho as práticas médicas, curas e a religiosidade e culminando com a proposição de uma atividade em homenagem à cultura popular e religiosa dos nordestinos envolvendo São Lázaro, São Roque, São Cosme e Damião, e Santo Expedito, santos católicos populares, evocados para buscar cura em moléstias.