GÊNEROS DISCURSIVOS NA ESCOLA: PROPOSTAS DE ATIVIDADES INTERDISCIPLINARES/INTEGRADAS NOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL II - É TUDO JUNTO E MISTURADO

Abstract

O ensino de Língua Portuguesa deve ter como foco a ampliação da competência comunicativa do indivíduo, nesse viés, a produção textual se institui, portanto, como prioridade, quando leva os educandos a entender que o aprendizado da língua na escola é um mecanismo de preparação para o uso efetivo da linguagem nas mais diversas demandas sociais. Assim, a partir da identificação das dificuldades enfrentadas na relação professor-aluno-escola e com necessidade de criar um ambiente motivador para a prática de produção de textos eficientes, surgiu a ideia de desenvolver atividades interdisciplinares com o intuito de incentivar a prática da produção textual, tornando-a mais prazerosa e dinâmica. O objetivo foi fomentar a produção de textos escritos e orais, utilizando as possibilidades de contatos entre as disciplinas de forma a estimular os alunos a produzirem diferentes gêneros textuais no 9.o ano do Ensino Fundamental II. Dando suporte teórico à pesquisa, se destacaram as concepções de linguagem de Bakhtin (1992), que desenvolveu a ideia de que a linguagem verbal é um meio de interação, e que os gêneros discursivos são os construtores da discursividade e dos sentidos. Também Geraldi (1997) contribuiu com a pesquisa, na medida em que traz à baila a importância de se conhecer as condições de produção de textos eficientes. Também auxiliou as discussões de Kock (2017), que discorre sobre a importância da inter-relação e textualidade para a construção dos sentidos nos textos. Além disso, das contribuições de Marcuschi (2008, 2014) sobre os conceitos de texto e gêneros textuais, mostrando a possível diferença entre gênero discursivo e gênero textual. Por fim, Fazenda (2014) contribuiu com a ideia de que a interdisciplinaridade é uma interação entre disciplinas e sendo necessária para a construção do conhecimento totalizante. O corpus instituído da pesquisa foi as produções textuais de quinze (15) sujeitos participantes, sendo que devido ao espaço da pesquisa foi feito um recorte de 02 (dois) textos por amostragem. A pesquisa foi qualitativa na modalidade pesquisa-ação, pois a pesquisadora coletou dados para identificar os problemas e foram propostas soluções pelos próprios agentes para resolver a situação de não produção textual na escola. O trabalho apresentado foi de cunho interventivo e utilizou uma metodologia a partir de sequências didáticas nos moldes de Schneuwly e Dolz (2004). As práticas sugeridas em um viés interdisciplinar ou integrados demonstraram ser motivadoras para os alunos e professores. A aula ficou muito mais produtiva, porém a prática esbarrou no aparato burocratizante do tempo/espaço.