O gênero diário nos processos de ensino da leitura e da escrita

Abstract

É fundamental buscar possibilidades que colaborem com processos de apropriação da leitura e de escrita dos alunos. Diante disso, essa pesquisa teve como objetivo utilizar o gênero diário como uma possível estratégia para o desenvolvimento dos processos de ler e de escrever. O diário é um gênero textual, que, embora não seja tão utilizado na atualidade, foi bastante explorado ao longo da história, cumprindo diversas funções nas atividades humanas e com diferentes níveis de linguagem, como afirma Lejeune (2008), mas sobretudo servindo como um memorial. Conforme o que é recomendado, desde os PCNs (Parâmetros curriculares Nacionais) bem como pelas Diretrizes Curriculares Nacionais, entendemos que o ensino de Língua Portuguesa deve ser feito a partir do ensino de gêneros textuais para que os alunos produzam sentidos do que leem e que em sua escrita se ampliem a compreensão e a produção textual em diferentes esferas discursivas, constituindo-se sujeitos de seus projetos enunciativos. Com base na perspectiva bakhtiniana de linguagem e de pesquisa, propusemos esta investigação pautada na abordagem qualitativa, cujo desenho metodológico se pautou numa pesquisa interventiva/colaborativa em uma turma do 8º ano do Ensino Fundamental de uma escola localizada em Serra, município da Grande Vitória, no estado do Espírito Santo. Assim, pudemos observar, a partir de leituras e escutas sensíveis, o aparecimento do sujeito na escrita dos diários, antes mesmo da sistematização do gênero proposto e de outros gêneros que permearam a escrita dos alunos. No fim desta pesquisa, apresentamos a criação de um manual com orientações para que outros professores de Língua Portuguesa possam desenvolver o Gênero Diário em sala de aula.