VAMOS DANÇAR O CAXAMBU? O jongo na escola e o ensino de História

Abstract

A presente dissertação tem por objetivo principal debater as possibilidades do jongo, para a relação ensino-aprendizagem, a partir dos contextos históricos de seus agentes, os próprios jongueiros. Investigamos as possibilidades de resistências e conflitos enfrentados, analisando o quanto os conceitos e as políticas em torno da identidade, memória e patrimônio colaboram com as lutas das perspectivas por reparações. Discutimos a formação do jongo em torno da última geração de africanos escravizados, junto ao contexto do tráfico ilegal de seres humanos e das leis de emancipação, a partir da segunda metade do século XIX, no Brasil, até as disputas por reparações com a regulamentação constitucional pelas terras remanescentes quilombolas e as demais leis afirmativas já no contexto do século XXI. Tendo as tradições da África Central como matriz, utilizamos o conceito de ressonância em uma perspectiva de análise decolonial. Propomos um material didático para a pesquisa pelo uso de fontes, documentos e fragmentos históricos, com o objetivo de obter excelência na relação entre ensino e aprendizagem, valorizando a circularidade e a performance; combatendo a intolerância, o racismo e propondo um melhor aproveitamento das possibilidades do uso de uma pluriversalidade de gramáticas. Dialogamos com a perspectiva clássica do folclore e da cultura popular, sem nos restringirmos à análise das possíveis contribuições para a formação da nacionalidade.