E aí, no Espírito Santo tem cordel?

Abstract

Nesta pesquisa almejou-se descobrir/discutir se é possível desenvolver nas aulas de língua portuguesa, por meio de movimentos dialógicos, práticas de leitura e escrita motivadas no cordel capixaba. A literatura de cordel é um patrimônio imaterial brasileiro que se fundamenta na expressão literária popular, de origem lusitana/ europeia que chega ao Brasil no período de colonização, na região do Nordeste, mas que consegue migrar para outras regiões, e chega ao estado do Espírito Santo, no século XIX – estabelecendo sua forma e preceitos estéticos. Os movimentos investigativos deste trabalho se deram a partir de uma prática de pesquisa-ação colaborativa e de caráter qualitativo com estudantes do Ensino Fundamental II, oriundos de uma escola da rede de estadual de ensino, em Vila Velha/ES. Ademais, acompanham-se à fundamentação teórica conceitos de Dialogismo e Enunciado concreto – defendidos por Bakhtin e seu Círculo, assim como intelectuais que se aprofundaram nessas categorias: Brait (2005), Bubbnova (2013), Geraldi (1997) e Souza (1999); também foram trazidos intelectuais como Abreu (1999), Pinheiro (2018) e Silva (2011) para tratar de estudos da literatura de cordel no país e entendê-la enquanto um gênero discursivo vivo e potencializador de uma gama de sentidos. Buscou-se com os procedimentos teórico-metodológicos citados e os resultados da investigação, produzir um Caderno Pedagógico para que o mesmo venha contemplar as categorias bakhtinianas supracitadas, para que o mesmo seja potencializador de um trabalho de ensino de linguagem/ literatura, a partir de um viés dialógico, enunciativodiscursivo, com cordéis produzidos no Espírito Santo; além de dar voz àqueles/ as que fizeram poesia em cordel com tempero capixaba.