(RE)DEMOCRATIZAÇÃO E ENSINO DE HISTÓRIA: A EXPERIÊNCIA DA REFORMA CURRICULAR EM TEMPOS DE ARRAES (1987-1990)

Abstract

Este trabalho intenta investigar e discutir o lugar do currículo formal de História, isto é, o currículo prescrito visto “como fato”, ou melhor, “pré-ativo”, a partir das subscrições de GOODSON (2018), uma vez que se revela que não é apenas a força legal do texto curricular, a matriz curricular da disciplina – neste caso, a de História – e os conteúdos, que fazem do currículo pré-ativo. Os conflitos predecessores, os conflitos em curso, as filiações teóricas, as reminiscências de professores da época, a política educacional que se quer, as proposições que se valeram em detrimento das que se perderam, compõem as tessituras do currículo de fato. Esta questão se dá no período da chamada “transição democrática” brasileira, nos anos de 1980, tomando como referência as propostas no processo de reforma curricular ocorrida no Estado de Pernambuco, considerando o período de retorno de Miguel Arraes (1987-1990) à chefia do executivo estadual, depois de anos de exílio, e logo depois da derrocada da ditadura técnico-empresarial-militar. Discute-se assim, à luz de um estudo de caso, a singularidade desse momento político e sua especificidade e rebatimentos no âmbito do Ensino de História e seu currículo.