TENCIONANDO ESTÁGIO DE VIVÊNCIA NA EPT: Uma vivência/experiência enriquecedora com uma estudante do IF Baiano e com agricultores(as) da comunidade da Apeag em Valença/BA

Abstract

Aqui, neste texto dissertativo, caro(a) leitor(a), você terá acesso à experiência de Estágio de Vivência (EV), realizada com estudante do Ensino Médio Integrado e agricultores familiares, no município de Valença/BA. A experiência teve como proposta compreender, a partir da vivência/experiência realizada na Associação de Pequenos Agricultores do Gereba (Apeag), as possíveis contribuições do EV para a formação humana e integral dos(as) estudantes do Curso Técnico em Agropecuária do IF Baiano, campus Valença/BA. Para isso, foi estabelecido um diálogo entre o saber técnico cientifico da estudante e o saber da experiência dos(as) agricultores(as), considerando que a educação para emancipação parte da realidade dos sujeitos e da sua relação com o mundo-da-vida. O texto desdobra-se da seguinte forma: no capítulo primeiro, são apresentados alguns aspectos relevantes da pesquisa, assim como os desafios vivenciados devido à pandemia de Covid-19. Ainda nesse capítulo, inicia-se a contextualização do tema, com uma síntese da história da Educação Profissional e Tecnológica (EPT); partindo de Marx, Gramsci e Engels e considerando o contexto brasileiro; retoma-se a história do Ensino Agrícola no Brasil. Essa discussão teve o intuito de destacar a necessidade de retomar esse debate de forma mais efetiva, no momento atual, em que precisamos fortalecer ainda mais as bases da EPT. O segundo capítulo é aberto com uma discussão sobre EV, destacando o papel dos estudantes do Curso Superior em Agronomia; dos sindicatos e movimentos sociais, para consolidação da proposta de EV, em meio a uma proposta intervencionista que era praticada com os povos do campo. Enfatiza-se, ainda, o papel importante do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera) e do Programa Residência Agrária para a expansão do EV em todo o país. E, por fim, é apresentado o EV e sua importância para o Ensino Médio Integrado. No terceiro capítulo, são abordados os temas fenomenologia; pesquisa participante; observação participante; entrevista compreensiva; diário de campo; e redução eidética, ou seja, é descrito como a pesquisa foi realizada. No quarto capítulo, apresento o detalhamento da vivência realizada na Apeag, ou seja, cada etapa da pesquisa, que serviu para a elaboração do Diário de Vivência e Prática, um dos produtos educacionais resultantes desta pesquisa. O último capítulo traz a vivência como propulsora de mediações entre os diferentes saberes; que aproxima escola e comunidade; que aproxima o(a) profissional técnico(a) de agropecuária do seu campo de atuação; que promove experiência a partir da interação no mundo-da-vida, e, para concluir, que a vivência é indispensável para a efetiva formação humana e integral do(a) estudante e, portanto, deve ser incentivada a sua realização, excluindo outros espaços de reprodução ampliada da vida. Paralelamente à discussão sobre as contribuições do EV para a formação humana e integral, percebe-se que o EV pode ser uma possibilidade frente à prática de estágio obrigatório referido pela Lei 11.788/2008, que pensa o estágio como atividade de preparação do estudante tão somente para o trabalho e não como uma formação pelo trabalho. Desta forma, o trabalho apresentado neste texto dissertativo foi pensado como princípio educativo, assumindo o seu caráter ontológico