Sociabilidades Juvenis: Conflitos e desigualdades socioespaciais - escola de ensino médio público regular e profissionalizante

Abstract

O presente trabalho busca analisar o universo das sociabilidades juvenis e explorar as possíveis desigualdades sociais e consequências delas, configurando conflitos na escola, baseando-se no panorama teórico educativo das juventudes e suas vivências no contexto do Ensino Médio público, nos estabelecimentos de ensino no Brasil, especificamente na região metropolitana de Fortaleza e maciço de Baturité no estado Ceará. Foi realizada uma pesquisa de campo, no primeiro momento, de forma presencial, com observações participante na escola de modelo regular E. E. M. Dr. Brunilo Jacó e E. E. E. P. Prof. José Ivanilton Nocrato e, depois, de forma remota, coletando dados dos estudantes através da aplicação de questionários semiestruturados, executando grupos focais e roda de conversa. Além disso, foram examinadas informações para materializar consubstancialmente a pesquisa com relatos individuais que englobam grupos juvenis, perpassando por contextos escolares que dão contornos às violências entre jovens nas respectivas instituições estudadas. Observou-se ainda que as diferenças entre o modelo regular e o profissionalizante, no sistema de políticas públicas educacionais no Ceará, mediado pelo recorte das duas escolas, fazem parte de um quadro complexo de iniquidades sociais, isto é, essa assimetria é um território fértil para conflitos em meio às peculiaridades culturais das juventudes e suas sociabilidades no espaço escolar aqui pesquisado. Como intervenção pedagógica, propôs-se para que as escolas pudessem construir juntamente aos seus conselhos escolares, instituições parceiras e à comunidade nos territórios em que estão inseridas um espaço democrático de decisões, como observatório de escuta e acolhimento permanente, propiciando múltiplos debates intersetoriais e interdisciplinares constantes sobre conflitos, promovendo mediações e oportunizando formação contínua de um ambiente escolar para a cultura da comunicação não violenta e convívio com as diferenças sociais e culturais.