Biografia: Rayssa Leal

Abstract

Ela já foi mais conhecida como Fadinha do Skate, mas agora, cada vez mais, é chamada por nome e sobrenome: Rayssa Leal é a atleta mais jovem da história do Brasil nas Olimpíadas. A skatista tinha 13 anos e sete meses no início dos jogos de Tóquio, chegou à Olimpíada como favorita à medalha na modalidade street. Antes da atleta, o recorde de mais jovem era da nadadora Talita Rodrigues, que competiu em Londres 1948 com 13 anos e onze meses de idade. No Campeonato Mundial de 2019, quando tinha apenas 11 anos, Rayssa foi medalha de prata na competição realizada em São Paulo. Sendo a atleta mais jovem do Brasil a participar de uma Olimpíada, Rayssa foi também a mais jovem a ir ao pódio pelo Brasil, batendo o recorde de Rosângela Santos, bronze em Pequim 2008 com 17 anos no 4x100m do atletismo. O campeão olímpico mais novo é Gabriel Jesus, com 19 anos e três meses no futebol em 2016. Entre as mulheres, a mais nova era Thaisa, ouro com 21 anos no vôlei em Pequim 2008. Nascida em Imperatriz, no interior do Maranhão, Rayssa Leal ficou famosa aos 7 anos, quando um vídeo em que ela aparecia vestida de Fada Sininho, viralizou na internet e foi compartilhado pela lenda do skate Tony Hawk. Vem daí seu apelido de Fadinha do Skate. Desde então, conquistou uma série de prêmios. A vitória em Los Angeles, que valeu pontos na classificação para Tóquio, garantiu a Rayssa o segundo lugar no ranking mundial de street feminino, logo atrás de Pâmela Rosa (19.7 pontos), com diferença de apenas dois décimos, e à frente de Letícia Bufoni (15 pontos). A skatista diz que se inspirava e ainda se inspira nas skatistas. “Teve um dia que eu até falei: ‘vou ser igual à Pâmela e a Letícia’. E estou conseguindo! É bem louco!”, disse em entrevista à Trip. Rayssa conta que se interessou pelo skate quando viu um amigo do pai praticando o esporte. Depois, aprendeu a fazer manobras vendo vídeos no YouTube.

Sobre a fantasia, Rayssa disse que a escola onde estudava escolheu o universo do personagem Peter Pan como tema do desfile de 7 de setembro, e ela foi escolhida para ser a Sininho. A roupa foi feita pela avó.

Após o desfile, Rayssa foi para um ponto de encontro de skatistas, a Calçadaria da Terra. “Quando acabou o desfile, como eu estava no fogo de andar de skate, nem troquei a fantasia, só botei a meia e o tênis.

Minha mãe decidiu filmar, e eu acertei de primeira, contou na Rayssa.

Para a menina, o esporte começou como uma brincadeira que leva muito a sério, uma brincadeira com responsabilidade. A menina diz que já sofreu preconceito, mas que hoje é mais raro acontecer: “Vieram me dizer que skate não era coisa de menina”. Em Imperatriz, ela joga futebol e handebol, seus outros esportes favoritos, com os amigos. E vai ao colégio entre uma viagem e outra. “Sempre quando estou viajando, levo o meu material da escola e o meu notebook para estudar. A escola sempre me ajuda nas provas. Pego o conteúdo, estudo e faço a prova quando chego em casa”, contou ao jornal O Estado de São Paulo. Durante a cerimônia do Prêmio Laureus de 2021, considerado o Oscar do esporte, Rayssa encontrou o skatista Tony Hawk no tapete vermelho. “Há cinco anos ele compartilhava meu vídeo vestida de fadinha, hoje ele veio até mim e pediu uma manobra. Falei: 'Tio, espera um minuto, deixa eu só arrumar o cadarço'. Que honra”, publicou Rayssa nas redes sociais.