SALA DE AULA INVERTIDA NA GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

Abstract

Para Gauthier et al. (2006) a tecnologia está cada vez mais presente na rotina dos alunos, cabendo ao professor repensar não apenas sobre “o que” ele ensina, mas, sobretudo, o “como” ele ensina, pois a sociedade atual está em constante processo de mudanças, marcadas pelo crescente aumento das inovações tecnológicas, associadas ao processo de ensino e aprendizagem. A evolução tecnológica e a possibilidade de múltiplos acessos aos recursos tecnológicos tendem a se apresentar aos professores como um grande desafio, que, de acordo com Shulman (2014), gera uma reflexão sobre a necessidade de formação pedagógica para os professores. A identificação dessa necessidade formativa remete ao entendimento de Nóvoa (1995), o qual defende um ensino profícuo a partir da formação contínua e de novas propostas metodológicas, pautadas principalmente no uso de metodologias ativas de ensino. Corroborando essa ideia, Moran (2018) afirma que o uso de metodologias ativas em sala de aula é um forte aliado do professor, pois lhe possibilita trabalhar os conteúdos de modo mais dinâmico e interativo. Dessa forma, observa-se o reconhecimento do aluno como protagonista de sua aprendizagem e o professor como facilitador desse processo e não como único detentor do conhecimento (FREIRE, 2017). Em adição, Oliveira et al. (2016) afirmam que os professores podem elaborar, com a ajuda das metodologias ativas, atividades inovadoras e dinâmicas que promovam a criatividade e favoreçam uma maior produtividade em relação aos métodos tradicionais, facilitando, assim, a compreensão e a construção do conhecimento pelos alunos. Nesse contexto, a Produção Técnica Educacional (PTE) com o título: “Sala de aula invertida na graduação em Educação Física”, desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Ensino (PPGEN) da Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP) pauta-se na elaboração de um Curso de Formação Pedagógica (CFP) com a finalidade de instrumentalizar os professores do curso de graduação em Educação Física, para assumirem, junto a seus alunos, seus papeis como mediadores do conhecimento, utilizando como metodologia a Sala de Aula Invertida (SAI), de forma a enriquecer e proporcionar uma aprendizagem mais dinâmica e participativa. A metodologia ativa de ensino denominada SAI tem como embasamento a inversão dos métodos tradicionais de ensino. Inicialmente há a gravação das aulas e a disponibilização para que os alunos tenham acesso aos conteúdos antes do momento da aula, a qual fica disponível para execução de atividades práticas. Tal metodologia permite criar condições para que os alunos “pausem” e “rebobinem” o conteúdo quantas vezes forem necessárias (BERGMANN; SAMS, 2019). Partindo da premissa da SAI, essa PTE foi aplicada em uma instituição pública do norte do Estado do Paraná, no curso de graduação em Educação Física. Em um primeiro momento, foi oferecido o CFP para os professores e, posteriormente, um dos professores cursistas aplicou a metodologia para uma turma do segundo ano da graduação, na qual ministra aulas. A aplicação prática foi proposta como forma de verificação das contribuições da metodologia em sala de aula. Dessa forma, a PTE foi dividida em 3 seções. Na primeira, há uma introdução para contextualizar o tema, favorecendo a compreensão do leitor. Na segunda seção, é apresentada a PTE e são detalhadas 3 subseções, com a descrição do CFP, a apresentação dos conteúdos dos encontros síncronos aplicados em cada módulo e as atividades propostas de forma assíncrona e, por fim, a proposta de aplicação desta metodologia após o término do curso por um professor participante. Na última seção, a síntese dos resultados e as perspectivas que foram construídas pela Análise Textual Discursiva (ATD) são descritas, sendo nomeadas as categorias, a partir da unitarização de sentidos como forma para captar o novo emergente, destacando-se a validade da proposta (MORAES; GALIAZZI, 2016). O CFP, cuja temática abordada foi a utilização da metodologia ativa SAI para o Ensino Superior, foi planejado em consonância com as diretrizes da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), elaboradas a fim de caracterizar tipos de produtos desenvolvidos pelos programas de pós-graduação, sendo possível a identificação da PTE como “Curso para Formação Profissional” (CAPES, 2019, p. 38). O principal objetivo foi manter o foco do CFP na demonstração de como o uso de metodologias ativas no Ensino Superior pode contribuir para a melhoria das aulas, especialmente, com relação ao envolvimento dos alunos. Na dissertação vinculada a essa Produção Técnica Educacional encontra-se a fundamentação teórica, a análise completa das categorias, bem como a construção do metatexto na íntegra. Entretanto, encontra-se neste documento uma síntese de modo a validar a proposta garantindo a leitura de forma independente.