EU ME ABRAÇO À CLEPSIDRA, POIS O TEMPO FOI E AINDA É: CONSCIÊNCIA HISTÓRICA E NARRATIVAS DE ESTUDANTES E DOCENTES DO ENSINO MÉDIO DAS ESCOLAS ESTADUAIS DE EXU-PE

Abstract

A presente pesquisa desenvolvida no Mestrado Profissional em Ensino de História – PROFHISTÓRIA, ofertado em rede nacional, sob coordenação da UFRJ, vincula-se à linha de pesquisa Saberes históricos no espaço escolar. Teve como objeto o conhecimento da aprendizagem de aspectos teóricos e conceituais relacionados à consciência histórica, realizada com estudantes e docentes do Ensino Médio de duas escolas públicas estaduais da cidade de Exu-PE. Objetivou-se conhecer suas narrativas e concepções sobre o conceito de consciência histórica, suas compreensões sobre o ensino-aprendizagem de história e relacionou esses discursos à necessidade de um ensino de história pautado na aprendizagem conceitual, teórica e reflexiva, como forma de destacar o uso da consciência histórica e uma melhor orientação sobre as temporalidades em sua vida prática. Isso possibilita o reconhecimento do papel de sujeitos históricos que são. O referencial teórico que fundamenta a pesquisa foi construído a partir de autores que se debruçam sobre a temática em voga. Na compreensão sobre a teoria da história nos utilizamos dos estudos de REIS (2006, 2013), HELLER (1993). No embasamento sobre a consciência histórica fizemos uso dos estudos de RÜSEN (1992, 2006, 2007, 2009, 2001), CERRI (2001, 2011), GAGO (2007, 2016), SCHMIDT (2005, 2008, 2011, 2012, 2016, 2019), BARCA (2004, 2011). Como aporte para discussão sobre a importância do estudo de conceitos teóricos, ou de segunda ordem nos utilizamos dos estudos de LEE (2006, 2016). Na discussão sobre o tempo tivemos o estudo de autores como KOSELLECK (2006, 2014), HARTOG (2008, 2013), PROST (2008), REIS (2006). Ensino de história, PEREIRA (2018), dentre outros. Foi utilizada a metodologia da História Oral, com o suporte discursivo de MATOS e SENNA (2011), CRUZ NETO (2012), ALVES (2016), BRANCO (2020), PORTELLI (1997, 2016, 2017), FERREIRA (2002), AMADO (1997), realizado por meio de entrevistas com quatro docentes das duas escolas participantes da pesquisa, e de aplicação de questionários para verificação dos aspectos qualitativos da temática, a partir das narrativas e letramentos históricos dos estudantes. Diante do exposto, constatamos que existe, por parte dos docentes, muita dificuldade em trabalhar aspectos teóricos da disciplina de história, por vários motivos, dentre eles, a dificuldade de compreensão dos estudantes, falta de suporte pedagógico e o desinteresse dos estudantes pelas aulas de história, o que se faz muito nítido em suas narrativas. Constatamos também, a partir da pesquisa com os estudantes, a dificuldade de compreensão da parte teórico-conceitual da disciplina, que contribuiria para que eles relacionem a história à vida pessoal, prática e social, se reconhecendo como atores da história no tempo e no espaço em que se inserem.