CONSTRUÇÃO DE JOGO DE APRENDIZAGEM NO IF BAIANO CAMPUS XIQUE-XIQUE: Desvelando percepções e práticas alimentares sobre Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) a partir de saberes tradicionais

Abstract

O presente estudo apresenta enquanto objetivo geral “Interpretar as potencialidades das percepções e práticas alimentares das agricultoras familiares e estudantes, baseadas nos saberes tradicionais, na perspectiva das Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) da caatinga”. A pesquisa envolveu estudantes do curso técnico subsequente em meio ambiente do IF Baiano campus Xique-Xique, e agricultoras familiares oriundas de uma comunidade rural local. O estudo respaldou-se na base filosófica da fenomenologia e na base metodológica da pesquisa-ação. Foi utilizado o levantamento etnobotânico, baseado na técnica de visita guiada, para realizar o diagnóstico das Panc nas propriedades rurais. Esse levantamento resultou na identificação de 39 espécies consideradas PANC. Entrevistas com os(as) participantes da pesquisa, com base na entrevista compreensiva de Kaufmann (2013), foram realizadas com o intento de desvelar o fenômeno, por meio da redução eidética. Neste estudo, partindo da narrativa dos participantes, foram discutidas categorias como rural, natureza, ambiente, bioculturalidade e cultura alimentar. Como produto educacional, foi desenvolvido um jogo de aprendizagem analógico (tipo tabuleiro) a partir das informações obtidas no levantamento etnobotânico e em entrevistas. A construção do jogo ocorreu de forma colaborativa, no formato virtual, em decorrência da pandemia provocada pelo Sars-CoV-2 (Covid-19), com os(as)estudantes da pesquisa. A aplicação do jogo foi realizada com uma família de estudantes/egressos do IF Baiano campus Serrinha. Os resultados apontaram satisfação com o jogo de aprendizagem e interação com as informações sobre Panc e cultura alimentar. Dentre as considerações atinentes à pesquisa, destacam-se importantes achados, como a valoração do protagonismo juvenil e dos saberes tradicionais das agricultoras; a possibilidade de uma prática extensionista horizontalizada e dialógica e a construção de um produto que pode ser utilizado como ação da Educação Alimentar e Nutricional (EAN). Pode-se, ainda, refletir sobre a construção de uma educação popular dialogada com a Educação Profissional e Tecnológica.