Vai uma vírgula aí?

Abstract

Na minha dissertação de mestrado do Mestrado Profissional em Letras, PROFLETRAS, apresento um aplicativo que desenvolvi para ajudar os alunos e as alunas a empregarem a vírgula em português. A justificativa para a criação desse aplicativo se baseia na dificuldade que meus alunos e minhas alunas geralmente apresentam com o uso da vírgula, o que vem ocorrendo desde que me formei como professora de Língua Portuguesa. O aplicativo, intitulado Vai uma vírgula aí?, oferece um conjunto de atividades pedagógicas que elaborei para a minha turma de 5º ano do Ensino Fundamental em uma escola da Rede Municipal de Nova Iguaçu. O referido aplicativo foi concebido com base no conceito de gamificação e de metodologias ativas e possui uma versão bem leve para que cada vez mais pessoas possam ter a possibilidade de fazer download em seus aparatos tecnológicos. Vai uma vírgula aí? foi desenvolvido de modo a atender diversos estudantes brasileiros, especialmente os que cursam o 5º ano do Ensino Fundamental, tendo sido elaborado para aqueles inseridos no contexto da educação pública do país. O público-alvo considerado vai ao encontro da minha experiência como professora de Língua Portuguesa da rede pública de ensino ao longo dos últimos seis anos. No meu estudo, a reflexão far-se-á no desenvolvimento de atividades que auxiliem os educandos no uso correto da vírgula. Essas atividades são jogos que estão em um aplicativo de celular, cuja função é unir diversão e conhecimento do emprego correto da pontuação. Tudo isso deverá auxiliar o avanço do uso da vírgula no texto, a partir de uma sequência de atividades pedagógicas da matéria estudada. No jogo são ensinadas as seguintes regras do uso da vírgula: • Enumeração; • Vocativo; • Assinalar Aposto; • Local e data; • Adjunto Adverbial.

Tais regras foram escolhidas por serem as fases mais fáceis do aprendizado sobre o uso da vírgula e certamente constam na proposta curricular do 5º ano de escolaridade. As atividades desenvolvidas no aplicativo são frases em que o aluno deverá analisar se a vírgula foi colocada corretamente ou não. Após a realização da atividade ele receberá o feedback para saber o quantitativo de acertos que conseguiu obter. A escolha das duas turmas de 5º ano do Ensino Fundamental foi feita a partir da consciência de que uma boa base nos anos iniciais pode resultar em um progresso satisfatório no ensino. Frases corriqueiras, tão comuns como as que dizem sobre a língua “Eu não sei português”, “Eu odeio português”, “Português é difícil demais”, “Eu não sei usar vírgula”, fizeram-me pensar e pesquisar mais sobre como ajudar o meu aluno a usar vírgula, a partir de uma ferramenta de inovação, e sobre metodologia da aprendizagem ativa e gamificação, na tentativa de desmistificar essas frases clichês, ou pelo menos parte delas, a contar dos resultados práticos que virão por quem utilizar a ferramenta educacional criada doravante a esta pesquisa. A partir de todas essas indagações que me veio a ideia de criar alguma ferramenta educacional que me ajudasse na tentativa de auxiliar mais e melhor os meus educandos sobre o uso da vírgula, aproveitando a era digital e o domínio que os jogos virtuais têm em relação às pessoas, principalmente nas crianças e nos adolescentes. A princípio eu tentei criar um aplicativo na internet de modo gratuito, mas não alcancei o objetivo esperado. Então, contratei os serviços de um programador/design gráfico, que, porventura, foi meu aluno no passado. Tal feito só foi possível por eu ser aluna bolsista da CAPES durante o PROFLETRAS. Conversei com ele sobre a minha ideia e sobre a possibilidade de elaborar um aplicativo que fosse atrativo para crianças e pré-adolescentes, que atendesse as crianças de qualquer lugar do país, mas que seria voltado para alunos de escolas públicas, que não fosse muito pesado e que desse para baixar em qualquer celular, tablet, notebook ou computador. Elaborei todo o conteúdo que está no aplicativo e direcionei as ilustrações que foram feitas pelo design gráfico, bem como a programação. Tudo que está no aplicativo foi criado por nós, exceto as músicas retiradas da internet e que estão livres para uso. Como a princípio a proposta inicial era de aplicar essa atividade em uma turma de 5º ano de uma escola municipal em Nova Iguaçu, o planejamento era que não fosse nada muito complicado de se manusear e nada que não comportasse em qualquer aparelho de celular, tablet ou notebook. Para que muitas pessoas tenham acesso a esta ferramenta educacional, este aplicativo foi desenvolvido de forma bem leve, com o objetivo de ocupar menos espaço interno, bem como ter economia de dados nos aparelhos tecnológicos de quem for baixá-lo. Sendo assim, esse jogo só precisará de internet para baixar nas lojas de aplicativo e será possível jogar de modo off-line, sem que seja necessário o consumo de dados móveis ou de Wi-fi. Desta maneira, mais pessoas poderão ter acesso a essa alternativa de aprendizado um tanto inovadora. Questões que tratam sobre o combate à violência contra as mulheres, a valorização dos povos indígenas que são originários do país, a representatividade dos negros e das negras, direitos de todos os brasileiros e brasileiras, assuntos sobre as cidades de Duque de Caxias (minha cidade), Nova Iguaçu (onde seria aplicada essa pesquisa) e Petrópolis, por ser a cidade imperial e por ter uma questão voltada para o descobrimento/invasão do país, um questão de cunho científico que foi elaborada com o intuito de fortalecer a valorização das vacinas, questões que contemplam alguns estados das cinco regiões do Brasil e a valorização de se ter uma alimentação saudável são abordadas no aplicativo. Crianças negras, indígenas, brancas e portadoras de necessidades especiais estão representadas nesse aplicativo através de desenhos. Com essa específica proposta, busquei verificar como o uso da internet e dos jogos on-line podem contribuir para o estímulo do educando, ao ter uma motivação maior para aprender de forma diferenciada, atrativa, atual e virtual, e, com isso, provavelmente, poderá assimilar, de fato, o uso da vírgula, no que podemos chamar de regras básicas e primordiais. Sobretudo, ao se pensar na condição do discente que muitas vezes não possui aparatos tecnológicos ou quando possui um celular, por exemplo, este, quase sempre, não suporta baixar tantos aplicativos por ser desatualizado diante do contínuo avanço da tecnologia. Quase que regularmente esta também é a realidade de algumas escolas públicas e privadas do país que possuem aparelhos tecnológicos, porém alguns obsoletos. Desta forma, o aplicativo Vai uma vírgula aí? foi pensado com a finalidade de ser bem leve, com a intenção de muitas pessoas conseguirem baixar, ocupando assim menos espaço no celular, no tablet ou no notebook. Sendo assim, para que isso fosse possível, nesta versão o aluno não recebe uma mensagem ao errar uma questão, na verdade, quem deve conduzir esse tratamento dado ao erro é o próprio docente na sala de aula. Se fosse inserida uma nota para cada vez que o educando errasse, o aplicativo ficaria pesado demais e como esse não era o meu objetivo, eu e o programador optamos por não incluir mensagens dando retorno ao erro nesta versão.