Ensino para diferentes sujeitos : as aulas de história e a inclusão de alunos surdos na rede regular de ensino.

Abstract

Nas últimas décadas, tem-se vivido no Brasil um amplo debate acerca da inclusão de alunos surdos na chamada rede regular de ensino, promovendo o convívio de estudantes ouvintes com estudantes surdos. Prova disso é o conjunto de leis aprovadas a partir da Constituição Federal de 1988 que dissertam sobre esta realidade. Tal iniciativa é vista por seus seguidores como uma forma de retirar a pessoa surda de seus “guetos” e trazê-la à convivência, e ainda construir e concretizar o aprendizado junto às pessoas ouvintes. Diante disso, os alunos surdos devem dar conta do currículo comum a todos os estudantes, dentro do conjunto das disciplinas, tais como História, Geografia, Matemática etc. Diante de uma barreira que inviabiliza a concretização do processo ensino/aprendizagem – a da comunicação –, pretendemos apontar estratégias facilitadoras referentes ao ensino de História para educandos com surdez. Foram trabalhadas turmas de Ensino Médio, que possuam surdos matriculados, da Escola Estadual Luiz Nunes Direito (LND). Assim, o presente trabalho visa a problematizar o ensino de História para pessoas surdas, apontado para uma educação bilíngue, em Língua de Sinais Brasileira e em Língua Portuguesa. Percebendo a necessidade da valorização do sujeito surdo e do direito de seu acesso à História através de metodologias que o contemplem, com o uso do bilinguismo, das imagens e da pedagogia visual, a qual não se encerra com a utilização de recursos imagéticos, haja vista que uma das ferramentas da LSB é o uso de classificadores, que são elementos de construção de cenários narrativos através das mãos e de expressões faciais e corporais, os quais serão mais bem explicados posteriormente.