A LUTA PELO DIREITO DE ESTUDAR: UM ESTUDO SOBRE A CONTRIBUIÇÃO DO MOVIMENTO SEM TERRA – MST PARA A ESCOLARIZAÇÃO EM ÁREA DE ASSENTAMENTO DA REFORMA AGRÁRIA NO PIAUÍ

Abstract

O presente trabalho se constitui a partir do objetivo de analisar as contribuições do MST para a elevação da escolaridade e acesso ao direito à educação no assentamento José Constâncio, em Palmeirais-PI. O método utilizado foi a pesquisa qualitativa, se valendo de entrevistas semi-estruturadas para a interlocução com os sujeitos. A ampliação da compreensão sobre o fenômeno em estudo foi construída a partir do referencial teórico da Educação do Campo e de aportes da sociologia, situados na teoria crítica elaborada por Boaventura de Sousa Santos, tendo como balizamento a chave-conceitual regulação/emancipação. A pesquisa demonstrou o protagonismo do MST em criar oportunidades de escolarização aos sujeitos da reforma agrária por compreender que este é um caminho de emancipação da condição de subalternidade do camponês. A construção de escolas em áreas de assentamento é consequência da luta pelo direito à educação, através de reivindicação de políticas públicas. No Piauí, o MST tem participado da gestão de escolas em áreas de assentamento por meio de parceria com a Secretaria de Estado da Educação, mas essa experiência tem se realizada na arena de tensões entre a regulação do estado e a utopia da emancipação.