Leitura em Cena na Escola: A Adaptação de Contos Machadianos ao Teatro para a Formação de Leitores

Abstract

O desinteresse pela leitura é grande e uma das causas para os estudantes não gostarem de ler é a forma burocrática, descontextualizada, como os textos são trabalhados na escola; por isso, há a necessidade de se elaborarem novas práticas que visem incentivar os alunos que não foram ainda “despertados” para o prazer da leitura. Sabe-se que a formação de um leitor se dá partir de um longo processo de crescimento e aprendizado, e o teatro pode ser um instrumento estratégico da aprendizagem e do exercício da leitura – embora o gênero dramático não venha ocupando um espaço central nas escolas. Sendo assim, foi proposto, na presente pesquisa, que os alunos lessem e analisassem contos de Machado de Assis para recriá-los, adaptando-os à linguagem dramatúrgica, de modo a inseri-los no contexto de aprendizagem e vivenciá-los de outra forma, e ampliarem, assim, seus horizontes de leitura. As atividades propostas foram desenvolvidas com uma turma do nono ano da EEEFM Catharina Chequer, localizada no bairro Novo México, Vila-Velha (ES), e tiveram, como produto educacional, um manual com a sequência de atividades, seguido dos textos resultantes das adaptações teatrais; como culminância do projeto desenvolvido na escola, os alunos apresentaram as peças elaboradas, que foram também gravadas para que pudessem assisti-las em outro momento e se verem em tela. Para este percurso apresentamos uma introdução sobre leitura e ensino, fundamentada nas reflexões de Paulo Freire (1988), João Wanderely Geraldi (1999), José Juvêncio Barbosa (1990) e Suzana Vargas (2009); discutimos sobre o teatro e o ensino por meio de trabalhos de Fabiano Tadeu Grazioli (2007), Juliana Cavassin (2008), Viola Spolin (2007), Cristiane Schneider, Angélica Vier Munhoz, Cristiano Bedin da Costa (2015); e, posteriormente, para tratar do gênero dramático, sua origem e características peculiares, utilizamos estudos de David Ball (2014), Ingrid Dormien Koudela (1996), Barbara Heliodora (2008), Jean Pierre Ryngaert (1996), Décio de Almeida Prado (1993), Sábato Magaldi (2008), João das Neves (1987) e Fernando Peixoto (1980).