PREENCHENDO OS ESPAÇOS VAZIOS DAS ABORDAGENS DIDÁTICAS: A DESCONSTRUÇÃO DA TESE DO VAZIO DEMOGRÁFICO NA HISTÓRIA DE COLORADO/PR

Abstract

Utilizando a nomenclatura de ruas e monumentos públicos da pequena cidade de Colorado/PR, o presente trabalho discute o processo educativo de invisibilização da presença e da história dos povos indígenas que viveram na região, a partir da década de 40 do século XX, quando começou o processo de colonização e urbanização do referido município, anteriormente à chegada dos que ficaram conhecidos como “pioneiros”. Esta indiferença quanto aos indígenas que viveram na região, onde atualmente está a cidade de Colorado, vem da defesa de que esta localidade era, antes da chegada dos colonizadores, um “sertão” desabitado, o que ficou conhecido como tese do Vazio Demográfico. Assim, busca-se dissertar sobre como a tese do vazio demográfico na região ganhou força, inclusive na Academia, e foi ferramenta fundamental na construção de uma memória coletiva que negligenciou e silenciou a presença e atuação dos povos indígenas na construção da história da região e do município. Também apresenta o debate sobre o papel do historiador e sua relação com a construção de memórias coletivas bem como a apresentação da formatação dessa memória coletiva no município através da análise de sua toponímia, especificamente, a partir das homenagens com nomes de ruas aos chamados “pioneiros”. Busca-se, também, fazendo uma associação direta da expansão cafeeira no Norte do Paraná com a História do pequeno município de Colorado, fazer uma discussão teórica sobre a importância de uma História Regional. Ao final, este trabalho apresenta o resultado de uma oficina pedagógica, realizada no segundo semestre de 2019, sobre a temática indígena, desenvolvida com alunos do 3º ao 5º ano da escola Professor Lazaro Sagrado da rede municipal de ensino fundamental da cidade de Colorado.