Ensino de História para crianças cegas em Maringá-aplicação e métodos de ensino

Abstract

No ano de 2015 entrou em vigor o Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/2015) garantindo direitos às pessoas com necessidades especiais e orientando vários serviços. Esse estatuto assegura, por exemplo, a oferta do sistema educacional em todos os níveis e modalidades de ensino para a pessoa com necessidades especiais. Essa garantia está relacionada com a Declaração Universal do Direitos Humanos de 1948 e mais diretamente com o Princípio Quinto da Declaração dos Direitos da Criança de 1959, onde afirma que todas as crianças devem ter acesso aos direitos básicos, inclusive as crianças com deficiências físicas e mentais. É importante ressaltar que essas garantias estão estabelecidas e regulamentadas no art. 227 da Constituição Federal de 1988 e também no Estatuto da Criança e do Adolescente desde 1990. No artigo 4º do ECA fica explícito que é dever da família, comunidade e poder público assegurar que os direitos das crianças e adolescentes sejam respeitados e cumpridos. Nesse seguimento, a pesquisa, realizada para o curso de Mestrado do Ensino de História (ProfHistória), busca investigar como o processo de inclusão é desenvolvido no sistema escolar da cidade de Maringá/PR. Para tanto, foi realizado um mapeamento das entidades responsáveis pelo atendimento de crianças com deficiência sensorial visual e analisados seus projetos políticos pedagógicos, mais especificamente os de História. Em seguida, coletamos relatos dos docentes e crianças que participam dessas escolas para melhor compreender o processo de inclusão e quais as dificuldades encontradas pelos professores em ensinar e das crianças em aprender o conteúdo de História. Buscamos assim contribuir com a História das infâncias das crianças deficientes e a relação com o processo escolar nessa última década, um processo conflituoso com uma cultura pautada na separação, na permanência em suas casas ou em entidades específicas. Essa inclusão prevê práticas que ainda não estão presentes na formação de professores das licenciaturas, além de exigir materiais diferenciados e apropriados que, muitas vezes, também seriam úteis nas aulas com crianças sem deficiências. Como produto final dessa pesquisa, pretendemos elaborar material didático específico que auxilie tanto na formação de professores como no uso em atividades de aulas com crianças e adolescentes cegos ou com baixa visão, com foco na formação histórica.