Atendimento Educacional Hospitalar e Domiciliar: uma rede cooperativa entre educação e saúde

Abstract

O Serviço de Atendimento Educacional Hospitalar e Domiciliar (AEHD), também denominado Classe Hospitalar/ Classe Domiciliar, é uma realidade evidenciada em várias instituições de saúde e Organizações da Sociedade Civil (OSC’s) no Brasil e no mundo. Este serviço se configura em espaços que possuem uma forma alternativa de organização e oferta de ensino que fora estabelecida para assegurar a oferta da educação às crianças e adolescentes, mesmo em face ao adoecimento e tratamento médico hospitalar. As políticas públicas que versam sobre a Educação Especial subsidiam e legitimam a oferta do AEHD no Brasil. Em alguns estados, é possível identificar a proposição e efetivação de políticas públicas próprias para este serviço, atendendo às características e demandas específicas de cada região. Para a promoção da continuidade dos programas escolares em instituições de saúde e OSC’s, pressupõe-se, ainda que como um ideal a ser alcançado, uma parceria efetiva e significativa entre a Classe Hospitalar/Domiciliar, a família e a escola de origem do estudante. Estes entes formam assim uma rede de cooperação cujo objetivo é assegurar o acesso, a permanência, a efetivação do processo de ensino-aprendizagem de maneira inclusiva e adaptada, bem como a reinserção à escola de origem observada as condições clínicas e psicoemocionais do estudante ao fim do seu tratamento de saúde. Contudo, na realidade, o que se observa é que ainda há um gap substancial que perpassa a relação de cooperação entre a rede supracitada, sobretudo no que tange a sistematização da comunicação e partilha entre a equipe pedagógica hospitalar/domiciliar e a equipe pedagógica da escola de origem do aluno. Mas, o que distancia a prática pedagógica ideal da real? Ocorre que a práxis educativa em ambiência hospitalar/domiciliar ainda é uma temática pouco explorada pela comunidade educativa. Para adequar o real ao ideal é preciso além de sensibilizar, também fundamentar teoricamente os profissionais que fazem parte deste processo. A fragilidade acerca do conhecimento em torno desta temática, ocasiona um déficit considerável na compreensão e, consequentemente no cumprimento dos deveres que cabem tanto à escola quanto ao AEHD. Estas implicações podem ser evidenciadas diante das dificuldades relatadas por professores hospitalares no tocante a solicitação de realização e/ou manutenção da matrícula escolar, na flexibilização da avaliação de aprendizagem na forma e no tempo e, sobretudo na articulação sistemática entre as equipes pedagógicas para a adequação do currículo e planejamento acadêmico. Considerando estas implicações, propomos a elaboração de um Objeto de Aprendizagem que se refere a produção e disponibilização de um vídeo cujo conteúdo objetiva apresentar o AEHD à comunidade escolar, disseminar o conhecimento acerca deste, bem como estimular o trabalho em rede cooperativa entre os entes, potencializando qualitativamente o processo de ensino e aprendizagem dos estudantes em situação de adoecimento.