Percepção de mulheres em relação à assistência em maternidade pública de Marechal Hermes: um estudo fenomenológico

Abstract

Em razão de minha experiência em obstetrícia e trabalho em equipe multidisciplinar e do estudo prévio com dissertação na área de Educação em Saúde com cenário em maternidade pública, tive a motivação de engendrar o presente estudo. Junto às questões pedagógicas e conflitos inerentes ao aprendizado do estudante médico no município de Magé, tive a oportunidade de focar a humanização do parto na região, cuja implementação se desarrolara em concomitância à minha pesquisa de mestrado. Vivenciei, junto aos participantes da pesquisa, as dificuldades atinentes à humanização do parto em Magé, município do Rio de Janeiro, no qual pude constatar pouco apoio político e mesmo de infraestrutura para a referida prática. No presente estudo, entretanto, desloco o cenário para o Rio de Janeiro, capital do mesmo estado, local onde a Política de Humanização do Parto conta com estrutura mais sólida e dispõe de enfermeiras obstetras, em paradoxo ao cenário de outrora. A pedagogia e o estudante de medicina passam a não mais ser o foco e agora a usuária do Sistema Único de Saúde é que impôs sua voz na qualidade de participante, após consentimento assinado. O cenário é a maternidade pública localizada no bairro Marechal Hermes da cidade do Rio de Janeiro: o Hospital Maternidade Alexsander Fleming. A pesquisa propôs-se avaliar a percepção da assistência ao parto por parte de usuária do SUS (Sistema Único de Saúde) em maternidade, onde se observam sólidos os preceitos do atendimento humanizado. Realizaram-se entrevistas fenomenológicas com trinta puérperas, internadas na maternidade Alexsander Fleming, que viveram a experiência do parto normal ou cesáreo. As participantes mostraram-se satisfeitas com a assistência profissional e institucional prestadas quase sempre, apontando, entretanto, a dificuldade em ter seu acompanhante de escolha durante o parto, tendo se ponderado a questão relacionada a cuidados sanitários, devido à pandemia da COVID19, causada pelo novo coronavírus. O estudo tem como relevância trazer à baila a reflexão dos diversos profissionais envolvidos no cuidado à gestante e puérpera, no que tange à cotidianidade de suas ações. A tese que se pretende defender, a partir da fenomenologia da percepção como referencial teórico, é que a mulher parturiente percebe a assistência na maternidade Alexsander Fleming, através do corpo vivido que intercambia com o mundo da vida. A proposta de popularizar a ciência, no tocante ao presente estudo, visa como público-alvo qualquer cidadão que deseje o acesso à informação, ao qual se apresentará vídeo com a proposta do estudo da percepção da mulher em relação ao parto de modo didático. Deverão se enfatizar os princípios do Sistema Único de Saúde, campo de aprendizado de discentes da área da saúde, em especial, e em concomitância, levando a quem quer que seja um espírito crítico e de investigação. A ideia é incentivar o questionamento e a capacidade de problematizar da população de modo geral através de vídeo de curta duração.