Guia para Projeção do Filme Deus e o Diabo na Terra do Sol em Espaços Formais e Não Formais da Educação

Abstract

O produto educacional proposto está caracterizado pela CAPES como guia instrucional, que poderá ser utilizado por docentes e técnicos do Instituto Federal do Paraná, bem como por movimentos sociais e culturais que objetivam a formação de público em cinema nacional. Produto educacional apresentado como resultado de pesquisa ao Programa de Pós-Graduação em Educação Profissional e Tecnológica (PROFEPT), do Instituto Federal do Paraná – Campus Curitiba, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Educação Profissional e Tecnológica. Este material propõe contribuir para a formação docente e dos estudantes na linguagem cinematográfica do Cinema Novo, principalmente da obra produzida em 1964 pelo diretor Glauber Rocha. Sobre a ideia de formação a partir da abordagem do cinemanovista, a formação docente poderá acontecer em dois momentos: o docente formar-se na linguagem fílmica no momento do planejamento da atividade docente; em outro, na ação do sujeito da ação pedagógica que busca garantir a formação dos estudantes e forma (confirma ou nega) sua interpretação do filme no momento da projeção e discussão da obra. Portanto, este guia é um convite para assistir e debater o filme Deus e o Diabo na Terra do Sol, de Glauber Rocha. No limite, mesmo com o guia em mãos, mas sem o acesso prévio ao filme pelo docente, a discussão e interação entre autor-obra-público perde sua finalidade, pois o filme constitui o elemento central da formação de público em cinema nacional. O guia instrucional apresenta algumas categorias teóricas, como: a música, a fome, a seca, o fenômeno religioso, a alienação, a violência, o papel na mulher, o poder local, a justiça, a morte com redenção e a reforma agrária. Tais categorias são discutidas na linguagem cinematográfica de Deus e o Diabo na Terra do Sol, de Glauber Rocha. Afirma-se que as categorias discutidas no filme estão em consonância com o debate político e cultural da década de 1960, período caracterizado pela convergência entre a arte e a política, que possivelmente influenciou Glauber Rocha no roteiro e direção do filme. A opção pelo Cinema Novo envolve as discussões de Glauber Rocha e outros intelectuais que viam no cinema uma forma de construir um projeto político e estético de nação. Para Xavier (2001), o cinema é uma instância de reflexão da crítica, das representações sociais, culturais e políticas.