Entre Paisagens e Retratos: Os Espaços e Sujeitos na Memória, uma Proposta Local no Município de Amparo

Abstract

O aparato visual que caracteriza a sociedade brasileira, instaurado através do modelo nacional reproduzido pela cultura histórica, alimenta-se de uma série de produções imagéticas. Essas produções se utilizam de pressupostos bastante específicos moldando e designando olhares por lentes que recaem sobre o pitoresco das paisagens locais ou sobre o prisma da individualidade burguesa. Essas imagens são adotadas na formação e educação de nossa sociedade e das identidades coletivas ao longo da história, gerando modelos de subjetivação marcados por parâmetros filosóficos lineares e homogêneos. Esse projeto de sociedade promovido pela cultura visual controla o olhar, esconde elementos e restringe experiências; configura uma disputa narrativa sobre o passado entre o tipo de sujeito que recebe as luzes e a voz e aqueles que passam sorrateiramente marginalizados pelo discurso da história. Refletindo sobre o papel do passado como espaço de experiência e espelho dos sujeitos no presente através do ensino de história, essa dissertação busca afirmar a existência e impedir novas censuras dessas outras individualidades, tomando como base a construção da história local da cidade de Amparo, seus heróis celebrados e silenciados, buscando estabelecer uma maleabilidade para o passado. Sendo capaz de promover uma ação que situe novos elementos na história local, permitindo uma (des)localização do olhar e a construção de laços de pertencimento, através de um processo investigativo que abrange os olhares locais: pinturas, fotografias, arquitetura, museus e monumentos. Ao final, traz a superfície uma gama de experiências, memórias e documentos, que compartilhados com os estudantes através de oficinas em uma proposta didática aberta, voltada a educação social e representatividade.