A BIBLIOTECA ESCOLAR COMO ESPAÇO DE FORMAÇÃO DO LEITOR (TAMBÉM) DE CIÊNCIAS DA NATUREZA: GUIA DE REFERENTES E PRÁTICAS PARA PROMOÇÃO DA LEITURA

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Autor(es): dc.contributorFundação Universidade Regional de Blumenaupt_BR
Autor(es): dc.contributor.authorTania Regina dos Santos, Daniela Tomio-
Data de aceite: dc.date.accessioned2020-05-27T15:17:08Z-
Data de disponibilização: dc.date.available2020-05-27T15:17:08Z-
Data de envio: dc.date.issued2017-
identificador: dc.identifier.other363211_2_1pt_BR
Fonte: dc.identifier.urihttp://educapes.capes.gov.br/handle/capes/569863-
Resumo: dc.description.abstractEste guia destinado aos profissionais que atuam em bibliotecas escolares é resultado de uma pesquisa de dissertação, desenvolvida no Programa de pósgraduação Mestrado em Ensino de Ciências Naturais e Matemática, na Universidade Regional de Blumenau. Na pesquisa, buscamos articulações entre objetivos da educação científica, considerando desafios do nosso contexto histórico-social e o papel cultural da biblioteca, cheia de universos, na escola. É consenso na pesquisa educacional que a biblioteca escolar é importante na promoção de leitura e formação do leitor e pode-se observar uma expressiva produção acadêmica acerca deste contexto, na qual se problematizam e investigam fundamentos e práticas em relação aos seus acervos, espaços, políticas públicas, formas de promoção, papel do bibliotecário ou profissional que nela atua, seus objetivos e conexões com o currículo, dentre outros aspectos. Por sua vez, é acordo entre pesquisadores da área de educação científica que aprender ciências é condição necessária para (com)viver em nossa cultura, oportunizando-nos outra forma de explicar e relacionarmos com os outros e com o mundo por meio de conhecimentos científicos e tecnológicos. Além desta dimensão, aprender ciências está atrelado à formação de pessoas que se interessem por este conhecimento, reflitam os seus modos de produção, aplicações e implicações em suas relações com a sociedade a fim de que possam tomar decisões para sua vida cotidiana, como, também, nas ações socioambientais. Considerar uma dimensão ética na produção e no emprego dos conhecimentos e produtos científicos e tecnológicos torna relevante um debate público mais amplo, que não envolve apenas cientistas, mas contempla a compreensão e a participação da sociedade. Nesta direção, reconhecemos que a escola, ainda que não seja o único contexto de aprender Ciências da Natureza, é um lugar privilegiado de crianças e adolescentes discutirem acerca delas, também, mobilizá-los para o gosto de continuar a aprender, com autonomia e crítica, para além da escola. Tornando-se jovens/adultos que, por exemplo, selecionam e leem revistas, jornais, sites, entre outros com assuntos sobre ciência e tecnologia. Igualmente, pressupomos ser necessário um leitor que tenha aprimorado competências de leitura para ir além do explicitado no texto, questionando as informações, refletindo diferentes posicionamentos dos autores e, sobretudo, tomando posição em relação as ideias lidas/interpretadas. Interessar-se por ler assuntos de ciências não é uma realidade da maioria da população de nosso país. Os dados da última edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil1, divulgados no ano de 2016, permitem observar que dentre os livros e outros gêneros selecionados para leitura dos brasileiros, a preferência são por títulos de livros religiosos ou de auto-ajuda, seguido por romances. Títulos de livros de divulgação científica ou com temas da ciência, nem autores cientistas ou jornalistas científicos aparecem em posições do ranking dos 5.012 entrevistados. (INSTITUTO PRÓ-LIVRO, 2016) Em outra pesquisa que revela a Percepção Pública da Ciência & Tecnologia no Brasil (2015, p. 6 grifo nosso)2, observou-se que para os 1.962 entrevistados o acesso à informação sobre C&T é pequeno para a grande maioria dos brasileiros, sendo a TV o meio mais utilizado. Há um crescimento expressivo do uso da internet e das redes sociais. [...] A maioria deles declara informarse “nunca, ou quase nunca” sobre C&T nos outros meios de comunicação investigados (jornais, revistas, livros, rádio e conversas com amigos. Outro dado que merece destaque nesta pesquisa é a ausência de uma maior reflexão dos entrevistados acerca das implicações da ciência e tecnologia, A grande maioria dos brasileiros (73%) declara acreditar que C&T traz “só benefícios” ou “mais benefícios do que malefícios” para a humanidade (em 2010 este número alcançava 81%). Só uma minoria muito reduzida (4%) acredita que os malefícios sejam preponderantes. Tal opinião otimista prevalece em todas as faixas de renda e escolaridade e em todas as regiões do Brasil, sendo um pouco maior na região Sul. (PERCEPÇÃO PÚBLICA DA CIÊNCIA & TECNOLOGIA NO BRASIL, 2015, p. 10) Diante deste cenário apontado pelos estudos, nos questionamos como a biblioteca escolar poderia contribuir para formação do leitor (também) de Ciências da Natureza. A ênfase neste contexto para leitura é apoiada pelos dados da pesquisa Retratos da leitura no Brasil (INSTITUTO PRÓ-LIVRO, 2016) que identificou a biblioteca como lugar de leitura dos brasileiros em 3º lugar (19%), só ficando atrás da sala de aula (25% ) e em casa (81% ). Quando questionados sobre as principais formas de acesso aos livros, 18% dos brasileiros remeteram à Biblioteca da escola e 7% às bibliotecas públicas. Ainda, A biblioteca é fortemente associada com um espaço para estudo e pesquisa [71%]. Outros usos e associações que esse espaço poderia ter, o que concorreria para a ampliação de seu público frequentador, tiveram percentuais baixos de menções. No entanto, ainda que a biblioteca seja vista como espaço do estudante, e seja realmente mais frequentada por estudantes, 37% de seu público é composto por não estudantes. (INSTITUTO PRÓ-LIVRO, 2016, p. 111) Constatamos que a biblioteca para muitos brasileiros é a principal fonte para obtenção de livros e outros textos para leitura. Assim, pressupomos que este espaço pode incentivar e oportunizar (também) a formação do leitor de obras relacionadas aos textos das Ciências da Natureza. No entanto, quando recorremos aos dados da pesquisa acadêmica, observamos que a relação entre a Biblioteca e a promoção de práticas de leitura de ciências é silenciada para incentivar o gosto de estudantes para ler temas científicos com autonomia. Tal constatação é resultado de um levantamento que realizamos no ano de2016 em diferentes bases de dados da produção científica em Ensino de Ciências, com a palavra-chave Biblioteca, na Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações IBICT (BDTD); nos trabalhos das oito edições do Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências (ENPEC); em periódicos científicos da área com qualis B2 a A1. Pressupomos que a ausência dessa discussão na área da educação científica se deve ao fato de que as pesquisas acerca da leitura concentram-se em práticas educativas realizadas em sala de aula, no contexto de ensino das Ciências da Natureza, ou em estudos de análise de gêneros discursivos para leitura (textos de divulgação científica, livros didáticos, dentre outros). Da mesma forma, buscamos pesquisas na área da Biblioteconomia/Ciência da Informação, com as palavras chave: ensino de ciências; ciências naturais; Ciências da Natureza; ciências – informação e educação científica na BDTD IBICT; no portal Literatura em Biblioteca Escolar (LIBES), que inclui artigos de periódicos e apresentados em eventos, dissertações e teses sobre o tema publicados no Brasil; também nas edições do periódico científico “Biblioteca Escolar”, sendo que novamente não encontramos pesquisas com relações ao ler Ciências da Natureza. Além disso, recorremos ao estado da arte de pesquisas sobre biblioteca escolar no Brasil, organizado por Campello et al. (2013) que mapearam investigações entre os anos 1975 e 2011, buscando identificar nos 70 trabalhos: assuntos pesquisados; embasamento teórico-conceitual; metodologias e técnicas utilizadas; resultados e conclusões dos estudos. Os resultados revelaram que existe consciência da necessidade de se garantir o espaço da biblioteca na escola, considerando-se que ela pode contribuir para a aprendizagem. Há mais estudos na categoria leitura, e tendência no aumento da categoria pesquisa escolar. A necessidade de trabalho conjunto professor/bibliotecário foi reafirmada. Os estudos de uso e usuários ainda estão presos a abordagem tradicional, não conseguindo realizar um diálogo efetivo com a questão pedagógica. As metodologias dos estudos analisados foram em sua maioria qualitativas e o referencial teórico apresentou fragilidade, resultante da pouca clareza de seu uso. (CAMPELLO et al., 2013, p. 123) Neste estado da arte não foi possível localizar nenhuma informação que fizesse referência especificamente à Biblioteca e práticas de promoção/mediação de leituras, especificamente na área de Ciências da Natureza. Em outra investigação, estado do conhecimento sobre biblioteconomia escolar no Brasil, Silva e Ventorim (2016) analisaram 91 trabalhos apresentados no Congresso Brasileiro de Biblioteconomia, Documentação e Ciência da Informação entre os anos de 2005 e 2013, objetivando inventariar as temáticas discutidas por pesquisadores e profissionais da área de biblioteconomia escolar. Dentre suas conclusões, com base em dados quantitativos, observaram [...] que a preocupação com o incentivo à “leitura”, principalmente a literária e deflagrada pelas bibliotecas escolares, tem sido a principal preocupação dos autores da área da Biblioteconomia nesse evento. A maioria desses trabalhos se caracteriza como relatos de experiências realizadas nas escolas, nos quais se pretendeu incentivar principalmente a leitura literária. (SILVA; VENTORIM, 2016, p. 12 grifo nosso) Além de mais uma vez observarmos uma lacuna nas investigações sobre ler ciências na biblioteca, destacamos na citação a referência ao incentivo principalmente para leitura literária, pois cotidianamente observamos esta prática nas escolas. Raramente são realizadas mediações na biblioteca, com “contação de textos relacionados à ciência”; “intercâmbio com escritores cientistas”; “exposições de obras científicas ou de divulgação”, dentre outras, como geralmente é realizado com as obras literárias. Assim, a leitura de ciências na Biblioteca fica geralmente atrelada à pesquisa para trabalhos escolares. Diferente disso, defendemos em nossa pesquisa a necessidade de incluir-se também práticas educativas de leitura no campo das Ciências da Natureza, com a promoção da leitura também com fruição e para o desenvolvimento da imaginação. Vislumbrando também uma intencionalidade na formação do leitor autônomo, que pode gostar de ler assuntos científicos para além das obrigações curriculares. Nesta direção, nos propomos a investigação, mobilizados pela pergunta de pesquisa: Quais referentes podem subsidiar a criação e o desenvolvimento de práticas educativas de promoção de leitura na biblioteca escolar para formação do estudante leitor de Ciências da Natureza? A adoção do termo “referentes” foi inspirada em Silva, Almeida e Gatti (2016) que justificam esta opção para se distanciar de interpretações que poderiam ser associadas a padrões ou modelos. Embora em outro contexto de investigação, a nossa pesquisa tem em comum com as autoras a noção de elaborar referentes como “critérios pelos quais possamos compreender e ajuizar, em uma perspectiva eminentemente formativa, diferentes tipos de atividades que compõem e informam o trabalho[...]”(SILVA; ALMEIDA; GATTI, 2016, p.288) Com base na investigação dessa pergunta, originou-se a pesquisa em um contexto de uma escola púbilica e que pode ser lida, na íntegra, na BDTD FURB - Biblioteca Digital de Teses e Dissertações: www.furb.br/bibliotecadigital Do conhecimento elaborado na pesquisa, sistematizamos este Guia de referentes e práticas para promoção da leitura a fim de pensarmos a biblioteca escolar como espaço de formação do leitor (também) de Ciências da Natureza. Inicialmente apresentaremos uma articulação entre fundamentos teóricos acerca da biblioteca escolar e dos objetivos de aprender Ciências da Natureza na escola. A partir disso, em uma atividade de síntese sistematizamos uma proposta de referentes para subsidiar a criação e o desenvolvimento de práticas educativas de promoção de leitura na biblioteca escolar. Na sequência, apresentamos seis propostas de promoção da leitura de textos de Ciências da Natureza na/pela biblioteca escolar, elaboradas com base nos referentes. Também, descrevemos para cada proposta, uma prática desenvolvida na EBM Visconde de Taunay no contexto da Biblioteca Escolar. Essas práticas ficam evidentes no texto com a sinalização “polinizando ideias”. Esperamos que este guia possa contribuir para os profissionais que atuam nas bibliotecas escolares, para criação de muitas outras práticas de leitura a fim de tornar a Biblioteca um lugar (também) de formação do leitor de Ciências da Natureza.pt_BR
Tamanho: dc.format.extent2941pt_BR
Tipo de arquivo: dc.format.mimetypepdfpt_BR
Idioma: dc.language.isopt_BRpt_BR
Direitos: dc.rightsAttribution-NonCommercial 3.0 Brazil*
Licença: dc.rights.urihttp://creativecommons.org/licenses/by-nc/3.0/br/*
Palavras-chave: dc.subjectBibliotecas escolarespt_BR
Palavras-chave: dc.subjectIncentivo à leiturapt_BR
Palavras-chave: dc.subjectLeitura em grupopt_BR
Palavras-chave: dc.subjectCiênciapt_BR
Título: dc.titleA BIBLIOTECA ESCOLAR COMO ESPAÇO DE FORMAÇÃO DO LEITOR (TAMBÉM) DE CIÊNCIAS DA NATUREZA: GUIA DE REFERENTES E PRÁTICAS PARA PROMOÇÃO DA LEITURApt_BR
Tipo de arquivo: dc.typetextopt_BR
Curso: dc.subject.courseMestrado em Ensino de Ciências Naturais e Matemáticapt_BR
Área de Conhecimento: dc.subject.disciplineProduto Educacionalpt_BR
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